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Nova Federação e Ciro Gomes dão fôlego ao campo oposicionista no Ceará (Foto: Rafaela Rosa) |
Nessa hipótese, ainda que fiquem liberados para apoiar a gestão petista, estão numa sinuca de bico sobretudo os deputados Antonio José (AJ) Albuquerque (PP), Fernanda Pessoa (União) e Moses Rodrigues (União), também ele cotado para a presidência da federação. Do trio, ao menos Fernanda, filha do prefeito Roberto Pessoa, tende a se desfiliar na janela partidária.
Para onde iria? Não para o PSB de Cid Gomes, em razão principalmente das arengas do pai com o clã Ferreira Gomes. Um destino possível seria o PDT, desossado após o desembarque de Cid e da já precificada saída de Ciro Gomes, por enquanto sem endereço certo: ora é esperado no PSDB, ora no UB, ora no próprio PDT.
Impactos
da federação
É dessa monta, então, o tamanho do desafio do bloco liderado pelo ministro Camilo Santana, que encara agora um polo antagonista robusto e com perspectiva de candidatura mais consistente e competitiva. A última vez em que isso se deu talvez tenha sido em 2014, quando o petista foi pinçado por Cid como concorrente ao Executivo cearense, tendo como oponente o então senador Eunício Oliveira, à frente do MDB quando o partido ainda detinha muitas prefeituras e capilaridade.
De lá para cá, as lideranças do grupo aliancista sobraram nas disputas: Camilo em 2018 contra um anedótico General Theophilo, à época no PSDB, e Elmano em 2022 contra uma oposição local fragmentada e sem espaços em meio à polarização que havia chegado ao paroxismo com Lula e Bolsonaro, sufocando Roberto Cláudio (ainda no PDT).
Novo
campo
Os eventos da semana confirmam que o campo oposicionista está se reorganizando em torno de outros vetores. Um deles é Ciro, cujo nome ganha volume não apenas porque eventualmente lidere sondagens no interior do estado, mas porque, encabeçando uma chapa, teria mais chances de ajudar a eleger deputados federais do que outro colega de partido/ala.
Considerem-se mesmo RC, por exemplo, ou até Eduardo Girão, pelo Novo ou pelo PL. Nenhum exibe o potencial de vitaminar suas agremiações, ressalvando-se suas chances de se mostrarem bons de briga quando a campanha tiver início. Mas o cenário é outro agora. Nele, os lados do duelo estão empenhando força máxima num momento de encruzilhada política, tanto nacional quanto localmente.
E
o PDT?
Há movimentos em torno de uma operação de recuperação do PDT no Ceará, que deve perder a bancada estadual e parte da federal - caso o governador Elmano não atire uma boia de salvação ano que vem, conforme relato de um interlocutor à coluna. Aos fatos: dos estaduais, não se espera que ninguém permaneça no partido. Dos federais, não tanto. Alguns cogitam ficar, mas somente a pedido do líder do Abolição.
Do
contrário, podem acabar embarcando no PSB de Cid Gomes - a sigla está de portas
abertas para Idilvan Alencar, Eduardo Bismarck e Mauro Filho, todos com mandato
na Câmara. A exceção é André Figueiredo, dirigente estadual do trabalhismo.
Como Elmano entra nessa história? Dissuadindo os pedetistas da ideia de
deixarem o ninho. O problema dessa equação é evidente: se ajudar o PDT, o
governador contrata um problema com Cid.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
Leia também:
"Superfederação" quer vetar Elmano; petistas apostam em racha
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