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O ato reuniu manifestantes na Praça da Paz em Fortaleza (Foto: Daniel Galber) |
Houve falas firmes, performances artísticas, memória coletiva e resistência organizada. Um desfile das urgências sociais. Cartazes cobravam justiça pelos 11 jovens mortos na Chacina do Curió, em 2015; faixas defendiam o fim da violência institucional, a taxação dos super ricos e a preservação do meio ambiente.
As falas, vindas de lideranças religiosas, movimentos populares e ativistas ambientais, carregavam o peso de quem não apenas observa a realidade. Mas a vive e resiste.
O
arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, esteve no evento, cumprimentou os
membros das pastorais sociais, leu uma passagem bíblica e fez uma benção.
Estava presente também dom Edmilson da Cruz, conhecido pela defesa dos direitos
humanos.
Para Eliana Almeida, da Casa Chiquinha Gonzaga e integrante da organização do evento, o Grito é uma ferramenta viva de mobilização popular. "A gente vem às ruas para reafirmar a nossa democracia, os nossos direitos, a nossa soberania. Para dizer que soberania existe com políticas públicas, com justiça fiscal, com cuidado com o povo e com a terra".
O professor Flávio Gonçalves, veterano em diversas edições do Grito, destacou o momento como essencial para a democracia. "Cuidar da casa comum é também cuidar da democracia, da justiça ambiental. Quem defende o meio ambiente, defende a vida. Mesmo quem não é de movimento, quem não está ligado a partido ou pastoral, pode e deve estar aqui. Somos todos responsáveis", enfatizou.
Ana Paula, empreendedora, e Rafael Viana, contador, participaram do Grito pela primeira vez. Foram, segundo eles, movidos pela necessidade de se posicionar diante das ameaças à democracia: "A gente vê o País sendo comandado por gente que fala em nome da democracia, mas quer perdoar crimes e apagar a história. Não dá mais para ficar calado. Viemos porque precisamos gritar. Não aceitamos anistia. Democracia de verdade exige Justiça", observou a empreendedora.
Entre as presenças mais marcantes estava a de Andrea Rocha, servidora pública, atriz e palhaça, que participou caracterizada como Maria Bonita. Seu personagem levou ao Grito a força simbólica do cangaço e da mulher nordestina.
"O 7 de Setembro oficial não nos contempla. O Grito é a nossa independência possível, aquela que ainda está por vir. Como mulher, como artista, como nordestina, eu digo: nós existimos e não somos invisíveis. E vamos continuar ocupando os espaços", observou a servidora pública. "Se não cuidarmos da nossa casa comum, não vamos sobreviver. O planeta está gritando. E quem mais precisa, sofre primeiro. A recuperação é urgente".
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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