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Lula ainda criticou a disparidade entre países ricos e em desenvolvimento (Foto: Ricardo Stuckert) |
"Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática", afirmou. Para Lula, o combate ao aquecimento global precisa estar no centro da agenda multilateral. Ele lembrou que 2024 foi o ano mais quente já registrado e classificou a Conferência do Clima de 2025, a COP30, em Belém, como "a COP da verdade", quando líderes terão de provar a seriedade de seus compromissos.
O chefe do Executivo destacou que o Brasil assumiu a meta de reduzir entre 59% e 67% suas emissões de gases de efeito estufa e anunciou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, destinado a remunerar países que preservam suas florestas. Ele também alertou para os riscos da corrida global por minerais críticos, defendendo que não se repita "a lógica predatória que marcou os últimos séculos".
Lula criticou a disparidade entre países ricos e em desenvolvimento. "As nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios. Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de 200 anos de emissões", disse. Segundo ele, ampliar o acesso a financiamento e tecnologia "não é questão de caridade, mas de justiça".
O conflito no Oriente Médio também foi tema central. Lula acusou Israel de usar a fome como arma contra o povo palestino. "Nada, absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza", frisou, recebendo aplausos de parte das delegações. Ele denunciou o bloqueio imposto à região e cobrou mudanças no Conselho de Segurança da ONU, criticando o uso recorrente do veto pelos Estados Unidos.
"Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes, mas também o direito internacional, o humanitário e o mito da superioridade étnica do Ocidente", declarou.
O chefe do Executivo defendeu ainda a criação de um Conselho Climático ligado à Assembleia Geral da ONU e pediu a refundação da Organização Mundial do Comércio (OMC) em "bases modernas e flexíveis".
"No
futuro que o Brasil vislumbra, não há espaço para a reedição de rivalidades
ideológicas ou esferas de influência. A confrontação não é inevitável",
enfatizou.
Publicado
originalmente no Correio Braziliense
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