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| Bolsonaro na Polícia Federal em Brasília (Imagem capturada do vídeo de Rafael Sobrinho) |
É evidente que o ex-presidente tinha de ter sido preso. A tentativa de romper o dispositivo de rastreio torna inequívoca a decisão. Não há polêmica. As argumentações que aliados, e mesmo advogado, tentaram construir no sábado pela manhã logo desmoronaram diante da confissão do ex-presidente.
Falou-se de perseguição religiosa, por causa da convocação de uma vigília. Faça-me o favor. As versões mudaram, as explicações eram estapafúrdias. Alegou-se exagero. Tentou-se fazer crer que tinha havido um defeito qualquer no rastreador. Tudo foi se esfarelando diante das evidências.
Alexandre de Moraes, aliás, tem sido bastante tolerante até com as posturas do ex-presidente. Medidas cautelares foram desrespeitadas. O magistrado mandou um aviso. Novas desobediências. Determinou prisão preventiva. Algo pouco usual para preso que descumpriu cautelares, teve direito ao recolhimento domiciliar. E aí tentou romper o equipamento. Não era caso de ir para regime fechado?
Ora, se o então deputado Jair Bolsonaro fosse chamado a opinar, diria que a Justiça estava dando regalias demais ao réu. Pode-se alegar que as determinações não foram descumpridas, mas estava evidente que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu diferentemente. Se queria evitar agravamento, poderia ter se precavido.
Tudo isso na mesma semana em que um aliado do ex-presidente, também condenado, fugiu do Brasil e foi para os Estados Unidos. Segundo diz, com suporte da Casa Branca.
O
papel dos filhos para a prisão de Bolsonaro
No
sábado, já com o pai preso na Polícia Federal, o deputado Eduardo Bolsonaro
(PL) disse ser justo que os acusados de tentativa de golpe tentem fugir. Não
era o caso de tomar todas as precauções?
Aliás, os filhos fizeram bastante pela prisão do pai. Eduardo aprontou uma crise diplomática com os Estados Unidos. Flávio Bolsonaro (PL) publicou mensagens do ex-presidente em redes sociais, quando ele estava impedido de fazê-lo. Na sexta-feira, 21, conclamou vigília para “com a sua força, a força do povo, a gente vai reagir e resgatar o Brasil desse cativeiro que ele se encontra hoje”.
O
episódio, mais que todos, expôs como os aliados de Bolsonaro fabricam versões
para justificar o injustificável. E como o fazem sem o menor fundamento, sem
saberem do que estão falando e sem se preocupar em ser coerente com os fatos.
Publicado originalmente no portal O Povo +
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