1 de outubro de 2010

O Duelo dos Venâncio

Antonio Venâncio no centro da foto em solenidade no Palácio do Planalto - foto Arquivo Casa do Ceará
A pedido de D. Fausta Venâncio estamos preparando uma postagem especial em homenagem Antônio Venâncio da Silva é filho natural do Assaré, com fortes vínculos na Taboquinha Altaneirense e um dos construtores de Brasília.

Em pesquisa na rede mundial de computadores encontrei esta publicação da Revista Isto é Dinheiro Edição Nº. 360 de 27 de julho de 2004 redigida por Gustavo Gantois, confiram a matéria.

Filhos do empresário Antônio Venâncio brigam por um império de R$ 400 milhões que reúne shoppings e imóveis em Brasília

O cearense Antônio Venâncio da Silva é um dos maiores símbolos de Brasília. Quando morreu, há sete anos, deixou de herança mais de dez shopping centers, várias casas e uma fortuna que era avaliada em mais de R$ 400 milhões. Deixou também cinco filhos reconhecidos e outros dois que ainda lutam na Justiça pelo reconhecimento de paternidade – todos os sete fora do casamento. Não sabia, porém, que sua morte iria resultar em uma grande guerra que está corroendo rápido o império empresarial. De um lado, no comando do grupo, está José Nicodemos Venâncio, 66 anos, duas identidades – em uma delas não consta o nome do pai – e cercado por seguranças armados.

Do outro, estão quatro irmãos liderados por Antônio Venâncio da Silva Júnior, 43 anos, o Venancinho. Casado com a socialite Maria Pia Marcondes Ferraz, enteada do Barão de Waldner, Venancinho decidiu se retirar dos holofotes a pedido da mulher. Deixou seu outro irmão, André Venâncio, 28 anos, à frente das pendengas jurídicas que parecem não ter fim. A cada liminar – quase todas favoráveis a Nicodemos – a empresa perde clientes e investidores. A cadeia de lojas Fnac e o departamento cultural do Unibanco desistiram de montar suas filiais em um dos shoppings do grupo justamente pelas brigas internas. Um dos inquilinos, a Eletronorte, deposita mensalmente o aluguel em uma conta em juízo. “O Judiciário virou o conselho administrativo dos Venâncio”, diz Venancinho.
A briga dos herdeiros começou quando Nicodemos apresentou à Justiça um testamento deixado por Maria Odontina de Souza, com quem o patriarca Venâncio passou 25 anos casado. O problema é que o documento só apareceu 11 anos após a morte de Odontina. Os quatro irmãos contestam e mostram laudos periciais que comprovariam a falsificação do testamento. E mais. Alegam que o pai era menor de idade quando se casou, o que anularia qualquer acordo de comunhão de bens. Somadas a essas denúncias, estão outras contra a administração de Nicodemos. Ele teria pago despesas pessoais com vales da empresa e se negado a quitar dívidas com o governo.

Pelas contas dos irmãos, Nicodemos já retirou da empresa R$ 6 milhões e tem mais de 100 títulos protestados. “O grupo está falido”, diz André Venâncio. “É inadmissível termos um patrimônio desses e devermos R$ 18 milhões.” André propôs que a família se afastasse do grupo e contratasse um administrador experiente. O escolhido foi Anchieta Hélcias, diretor da TAM e vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas. Nicodemos não aceitou.
A família Venâncio mistura casos trágicos a situações burlescas. Priscila Venâncio, única filha reconhecida, vive reclusa em sua casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Passou anos brigada com o pai, mas reconciliou-se a tempo de entrar como cotista no grupo. Hoje, tem desavenças com Venancinho. Antônio Venílson da Silva, um dos dois filhos ainda não reconhecidos pela Justiça, morreu em um acidente de carro em 2003. Na mesma época, quando Anchieta Hélcias e André Venâncio estiveram na empresa para verificar a contabilidade, foram recebidos pelos seguranças de Nicodemos. De lá saiu um tiro e todos foram parar na delegacia.
A rede de relações da família é grande. Venancinho prefere a companhia da alta sociedade brasiliense. Por outro lado, Nicodemos decidiu criar seu circuito no Judiciário. Amigo de juízes, desembargadores e ex-ministros, o filho mais velho de Antônio Venâncio tem entre seus advogados dois ex-presidentes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e até um ex-ministro do STJ, Luiz Vicente Cernicchiaro – que defende réus como Fernandinho Beira-Mar e Sérgio Naya. “Enquanto a advogada do André dificilmente é atendida pelos desembargadores, o Nicodemos e sua turma são recebidos principescamente”, acusa Frederico Viegas, advogado de Venancinho. Em função do envolvimento pessoal dos desembargadores com os advogados de Nicodemos, André Venâncio entrou com uma reclamação no STJ para que se apure a existência ou não de tráfico de influência no Tribunal de Justiça do DF. A briga vai longe.

No próximo dia 15 publicaremos postagem sobre aniversário de morte de Antonio Venâncio.

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