2 de abril de 2020

Governador assina decreto de calamidade pública no Ceará

Para valer o decreto precisa analisado pela Assembleia Legislativa do Estado (Foto: Reprodução/Facebook)
O governador Camilo Santana (PT) assinou ontem  (01/04) mensagem que decreta estado de calamidade pública no Ceará por causa da pandemia do novo coronavírus. O texto, preparado durante a tarde após reuniões com a equipe, chega hoje pela manhã à Assembleia Legislativa do Estado (AL-CE).

De acordo com a legislação, a medida abre margem para que a gestão pública contraia gastos excepcionais no enfrentamento à doença, que já chegou a 445 infectados e nove mortes no Ceará.

O decreto dispensa o Governo de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal em 2020, exorbitando despesas que estariam condicionadas ao limite orçamentário a fim de fazer frente à pandemia. Também autoriza o Estado a fechar equipamentos e restringir circulação.

A AL-CE vota o texto já na próxima sexta-feira, 3, quando os deputados estaduais voltarão a se reunir virtualmente para apreciar um conjunto de mensagens. Além do decreto de Camilo, a Casa também vai colocar em votação mensagem que estabelece calamidade pública em Fortaleza, encaminhada pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT).

As duas medidas fazem parte de esforço conjunto de Estado e Prefeitura para conter o avanço da Covid-19 na Capital e no Interior, num momento em que os casos começam a se pulverizar.

Além dos dois decretos de calamidade, a Assembleia avalia ainda na sexta-feira a isenção das taxas de energia elétrica e de consumo de água aprovadas pelo governador para famílias de baixa renda.

Essas ações integram pacote de proteção social anunciado por Camilo como forma de resguardar os segmentos mais vulneráveis em meio à crise sanitária, que ultrapassou o patamar dos 200 óbitos no País e ameaça o sistema público e privado de saúde.

Em meados de março, o petista já havia decretado estado de emergência na saúde pública do Ceará. Em seguida, no dia 20/3, editou medida que determinou o fechamento do comércio no Estado pelo prazo de dez dias, depois renovada por mais uma semana. O decreto da quarentena tem validade até o próximo domingo, 5.

De acordo com fonte no Palácio do Abolição, o estado de calamidade pública já estava na mesa sob análise desde o fim da semana passada, à espera de pareceres econômico e jurídico para avançar.

Apenas ontem os termos do decreto foram concluídos após estudo da Procuradoria-Geral do Estado, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e do o Observatório do Federalismo, órgão subordinado à Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).

Nessa quarta-feira, pelas redes sociais, Camilo se manifestou sobre o número crescente de mortos em diversos países nas últimas 24 horas: "Uma tragédia mundial, que precisamos lutar muito para evitar tamanha dimensão no Brasil".

Sem se referir diretamente ao presidente da República Jair Bolsonaro, o governador acrescentou: "Chega de o País perder tempo com discussões irresponsáveis e inconsequentes! A situação é gravíssima. Não se pode brincar com vidas!".

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem travado guerra contra os governadores, responsabilizando-os por eventuais perdas econômicas ao adotarem medidas como o isolamento social, recomendada pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com informações portal O Povo Online

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