17 de maio de 2022

Em resposta ao presidente do PDT, Izolda afirma não ter obsessão pelo poder

A governadora na Tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza na
solenidade de entrega da Medalha Boticário Ferreira (Foto: Divulgação/CMFor)

A governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), repercutiu ontem (16/05) as declarações de Carlos Lupi, presidente nacional do seu partido, manifestando preferência pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, também do PDT para ser o candidato governista ao Palácio Abolição. Na ocasião Izolda afirmou que somente Lupi pode falar sobre as próprias escolhas e que ela tem priorizado a gestão iniciada há pouco mais de um mês.

"Eu não tenho obsessão pelo poder. Estou realmente muito focada no trabalho e acreditando que prevalecerá o bom senso de nós continuarmos com essas forças, com essa aliança, que tem sido importante para o Ceará e que a gente acredita que seguirá sendo", afirmou a governadora.

Ela esteve presente na cerimônia de entrega da Medalha Boticário Ferreira ao presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Evandro Leitão (PDT), na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). "Estou chegando atrasada no serviço. Meu foco tem sido esse", complementou.

No último sábado, 14, em entrevista ao jornal O Globo, Lupi elogiou Izolda, mas destacou maior taxa de conhecimento de RC entre o eleitorado. "O Roberto Cláudio é o mais forte para evitar o Capitão Wagner (União Brasil). Ele é o mais conhecido, foi prefeito de Fortaleza durante dois mandatos", disse Lupi.

"A minha amiga Izolda é preparada, mas não é muito conhecida. Em três meses vai se tornar favorita? Acho pouco provável", continuou o pedetista.

As declarações ocorrem em meio à turbulência na aliança entre PT e PDT. Parte das divergências foi motivada pelo impasse na escolha do nome pedetista, mas se agravou após duras críticas do ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) ao PT do Ceará, que provocaram reunião estadual do diretório estadual para debater o futuro da união.

O resultado do encontro foi uma nota do PT na qual Ciro é retratado como "desesperado por ver a candidatura naufragar" ainda em fase de pré-campanha. O comunicado enfatiza que o pedetista é terceiro lugar na própria terra, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente e atual, respectivamente.

Além de Izolda Cela e Roberto Cláudio, o próprio Evandro Leitão e o deputado federal Mauro Filho são as possibilidades de candidatura do PDT. As trocas de desavenças entre os partidos da aliança governista também passam pela preferência de petistas pela escolha de Izolda Cela e com rechaço ao nome de Roberto Cláudio.

Homenageado da noite, Evandro Leitão foi questionado se permanece pré-candidato diante de um panorama em que a disputa é protagonizada pela governadora e pelo ex-prefeito da Capital. "Eu não vejo por aí (que Izolda e RC dominam a cena)", discordou Evandro, segundo quem ainda há muito por acontecer. 

"Nós só temos um pré-candidato posto, no caso o deputado Wagner, da oposição, e da situação temos alguns nomes. (...) Estou pronto para qualquer desafio, qualquer missão, porque sou uma pessoa de grupo, sou um homem de grupo", afirmou o pedetista. Evandro disse que no que depender de si a aliança com os petistas se manterá.

Para o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Santana (PT), a governadora Izolda Cela (PDT) tem o direito de disputar a reeleição, caso queira, pois está no cargo e trabalhou ao longo de sete anos e três meses com o ex-governador Camilo Santana (PT), qualificado pelo deputado estadual como um dos "melhores da história do Ceará".

"Meu ponto de vista pessoal, particular, é de que a governadora tem o direito de ser a candidata, e esse direito é legítimo, ninguém pode tirar esse direito, a partir daí outras conjecturas nós vamos já já avaliar", afirmou o parlamentar.

Questionado se entende que o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) pode reverter a rejeição que acumula no PT, Santana disse não se tratar de rejeição.

"Eu não vejo como uma rejeição, eu vejo que o PT está ponderando que a Izolda está governadora, era vice e tem o direito de ser candidata", afirmou Santana, destacando as credenciais da mandatária, como "primeira governadora", "professora", "mãe" e "avó".

A instabilidade na relação entre PT e PDT gerada após falas de Ciro Gomes (disse que PT cearense tem lado corrupto), disse Fernando, são calculadas. "Há quem queira colocar essa turbulência", afirmou, sem citar nomes. 

"A Izolda dialoga muito bem, o PT tem o Camilo que dialoga maravilhosamente bem, e eu vejo um diálogo muito bom. Agora, há quem queira colocar a turbulência porque tem suas preferências", comentou o petista. 

Primo de Ciro e Cid, o deputado estadual Tin Gomes (PDT) defendeu que os líderes do governismo escolham até o fim do mês a candidatura de situação. "Para evitar as especulações negativas", disse.

Com informações Jornal O Povo

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