24 de maio de 2022

Simone Tebet agradece gesto de tucano e afirma que Doria "nunca foi adversário"

A senadora Simone Tebet tenta se viabilizar como candidata do Centro Democrático (Foto: Roque de Sá)

Após o ex-governador João Doria (PSDB) anunciar que abre mão de concorrer à Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) agradeceu o gesto, disse que o tucano nunca foi seu adversário e falou em "unir o País" porque o "povo tem pressa". "Só tenho a agradecer pela grandeza e generosidade", afirmou a senadora, durante agenda em Cuiabá. "Vamos unir o País e tratar de sua reconstrução moral, institucional e política. O povo tem pressa e precisamos semear esperança."

A desistência de Doria abre espaço para que Simone seja referendada como candidata do grupo de partidos que se apresentam como terceira via. Na semana passada, Simone foi escolhida por presidentes de MDB, PSDB e Cidadania como pré-candidata do grupo ao Palácio do Planalto. A indicação, no entanto, ainda precisa passar pelo aval dos partidos, onde há resistências.

A executiva do MDB se reúne hoje e deve confirmar a pré-candidatura de Simone à Presidência, além de discutir a formação das alianças. A jornalistas a senadora disse ontem que gostaria de manter a aliança com PSDB e com Cidadania em torno de seu nome, e sinalizou que deve conversar com Doria "no seu devido tempo".

"Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado. Sua contribuição com a luta pela vacina jamais será esquecida. Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo", afirmou a senadora, no Twitter. "O Brasil é maior do que qualquer projeto individual. Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático. Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco."

A saída de Doria, no entanto, não resulta no apoio automático do PSDB a Simone. Uma ala do partido defende que a legenda escolha outro tucano para disputar a Presidência: Eduardo Leite (RS) ou Tasso Jereissati (CE). O movimento seria possível com a desistência do ex-governador, o que desobriga o PSDB a homologar o nome escolhido nas prévias.

A senadora também enfrenta resistências dentro do MDB, por alas lideradas pelo senador Renan Calheiros (AL) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE). No mês passado, Eunício recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma conversa.

Ontem, Renan minimizou o peso da aliança com o PSDB e disse que o MDB deve apoiar Lula ou liberar os diretórios. "O que significa o apoio do PSDB? O PSDB acabou de ‘cristianizar’ o candidato que legitimamente ganhou as prévias", disse. "O MDB gostaria muito de ter um candidato competitivo, de modo a ajudar a alavancar os palanques estaduais. Qual o desafio? Mudar a fotografia das pesquisas. Se isso não acontecer, não se justifica a candidatura", afirmou.

Simone, por outro lado, ganhou ontem o apoio declarado do ex-presidente do MDB Romero Jucá (RR) após o anúncio da desistência de Doria. "O MDB precisa ter a condição de colocar para a sociedade brasileira o que pensa e o que defende na economia, na política, nos programas sociais. Partido que não disputa eleição não forma time", disse.

O ex-senador comemorou a possibilidade de o PSDB e o Cidadania apoiarem a pré-candidatura de Simone, a despeito das divergências. "O apoio do PSDB e do Cidadania é muito importante. Portanto, temos aí a construção de um caminho alternativo posto pela sociedade brasileira", afirmou.

Entusiasta da candidatura de Simone, o ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que o gesto de Doria foi "grandioso" ao abrir mão de candidatura própria. "O ex-governador João Doria realizou um extraordinário governo em São Paulo, confirmando seu perfil de gestor qualificado. Revela, agora, desprendimento, praticando um gesto grandioso."

Temer aproveitou para também elogiar a pré-candidata do MDB. "A senadora Simone Tebet, por sua vez, tem demonstrado que está à altura do desafio que se apresenta a ela."

A escolha por Simone não se justifica pelas pesquisas. Ela aparece com 2% da preferência do eleitorado brasileiro e empatava com Doria, que chegou a 4% no mais recente levantamento do Ipespe. O que pesa para uma candidatura das senadora é outro índice: a rejeição mais baixa. Segundo o instituto, 37% não votariam de jeito nenhum em Simone. Já em relação ao tucano, esse porcentual subiu para 53%.

Além disso, há mais dois fatores que beneficiam Simone na disputa. O primeiro diz respeito à obrigatoriedade de partidos investirem ao menos 30% dos recursos dos fundos partidário e eleitoral em candidaturas femininas. Com uma mulher disputando a Presidência, o MDB já dará um passo importante no cumprimento da cota, uma vez que campanhas presidenciais devem ter um teto de aproximadamente R$ 70 milhões só no primeiro turno - o partido receberá acima de R$ 417 milhões.

O segundo fator adicional às pesquisas diz respeito ao apoio interno conquistado ao longo dos últimos meses.

Com informações portal O Povo Online

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