24 de fevereiro de 2017

Bancada cearense rejeita reforma de Temer

O texto original da reforma da Previdência (PEC 187/2016), enviado ao Congresso pelo governo Temer, está sofrendo onda de rejeição até mesmo entre a base aliada. Antes confiante de que conseguiria aprovar o pacote, o Planalto começa a aceitar que terá de negociar vários pontos.

A bancada cearense, quase em sua totalidade, não aprovaria a reforma inalterada. O jornal O POVO ouviu 17 dos 22 parlamentares do Ceará e todos disseram que desejam mudanças na PEC.

“Temos necessidade de apresentar contraponto aos pontos que o governo apresentou. O governo já está ciente disso, já houve reunião. A gente entende que é necessário e queremos propor como contraponto”, disse o deputado Adail Carneiro (PDT), que faz parte da comissão especial que analisa a proposta.

A reforma, combinada ao teto de gastos, é peça fundamental na reformulação das contas do governo. Com ela, o governo espera economizar mais de R$ 600 bilhões ao longo dos próximos dez anos. Partido da base de Michel Temer, o Solidariedade já apresentou uma emenda com mais de 300 assinaturas.

“Até que concordamos (com a proposta), mas não tão radical assim. Que tem que mudar é obvio, mas não pode o trabalhador ser totalmente penalizado. Ninguém aprova 100%”, afirma o deputado, Genecias Noronha (SD).

Alguns parlamentares da bancada são favoráveis a uma reforma para atenuar o rombo previdenciário, mas fazem ressalvas. “É indiscutível que a gente precisa fazer ajustes na Previdência porque o modelo mostra que não vai conseguir se financiar. Sou a favor, mas não concordo na íntegra com o projeto”, afirma o deputado Paulo Henrique Lustosa (PP).

Para Danilo Forte (PSB), da base do governo, o tempo de contribuição e de aposentadoria proposto por Temer precisa ser revisto.

A oposição, com apoio das centrais sindicais é ainda mais crítica à reforma.

“A população não pode ser prejudicada pela absurda reforma proposta por Temer e sua turma”, destacou o deputado José Guimarães (PT). O petista prometeu articular manifestações com a CUT e outras centrais.

O deputado Chico Lopes (PCdoB) também rejeitou o texto. “É cruel, não tem legitimidade e não será aceita”, disse. Já André Figueiredo (PDT) ponderou que, embora precise haver mudanças, elas devem levar em consideração a expectativa de vida do brasileiro.

“Países com expectativa de vida menor aplicam idade mínima para aposentadoria menor. No entanto, o atual governo ignora a realidade nacional”, afirmou.

Com informações O Povo Online

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