17 de setembro de 2021

Ministério da Saúde recomenda suspensão da vacinação contra a covid-19 em adolescentes

 

O ministro Marcelo Queiroga, disse que a decisão de suspender vacinação de adolescentes foi decisão de Bolsonaro (Foto: Walterson Rosa)

O Ministério da Saúde emitiu uma nota informativa ontem (15/09) em que diz que revisou a recomendação de imunização de adolescentes, passando a recomendar a aplicação da vacina contra a covid-19 somente em adolescentes que têm entre 12 e 17 anos e que apresentem deficiência permanente, comorbidade ou que estejam  privados de liberdade. A recomendação, segundo a nota, leva em conta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a vacinação de adolescentes, a falta de estudos dos benefícios do imunizante nesse grupo e a baixa taxa de casos graves nessa faixa etária.

Na última terça-feira (14/09), uma nota técnica emitida pela pasta recomendava que a imunização de adolescentes com e sem comorbidades começasse nesta quarta. Sendo que, aqueles que não têm comorbidades deveriam ser deixados por último.

Ainda em junho, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em adolescentes a partir de 12 anos. Em algumas cidades e unidades da Federação, a vacinação de adolescentes já começou. A mudança na recomendação vem no mesmo dia que o Ministério da Saúde anunciou a redução do intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina da Pfizer, de 12 para 8 semanas.

Em coletiva de imprensa ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que os jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não devem retornar aos postos de saúde para a segunda aplicação por enquanto.

"Em relação a orientação, aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, param e não tomam outra. Por uma questão de cautela, até que se tenha mais evidências, como falei aqui, para se seguir em frente", disse o ministro nesta quinta-feira (16/9), durante coletiva de imprensa.

No caso dos jovens de 12 a 17 anos com comorbidades que tomaram a vacina da Pfizer, única autorizada para esta faixa etária no Brasil, deve-se completar o esquema vacinal com a segunda dose. Já os adolescentes com ou sem comorbidades que tomaram alguma dose de vacina diferente da Pfizer não devem tomar outra dose.

Segundo dados expostos pelo Ministério da Saúde, dos 3.538.528 de adolescentes que receberam pelo menos uma dose da vacina, 26.777 receberam vacinas da AstraZeneca, Janssen e CoronaVac, imunizantes que não têm autorização para serem aplicados nesta faixa etária.

Com a autorização da Anvisa dada à vacina da Pfizer para ser aplicada em adolescentes, o Ministério da Saúde indicou que os jovens de 12 a 17 anos com e sem comorbidades poderiam ser vacinados com o imunizante da farmacêutica americana a partir de quarta (15). No entanto, ainda ontem voltou atrás e passou a recomendar o imunizante apenas para os que apresentam deficiência permanente, comorbidade ou que estejam privados de liberdade.

Segundo o ministro, a decisão de recuar na indicação de vacinação de adolescentes sem comorbidades foi tomada diante dos eventos adversos notados pela pasta. Mas, segundo a Saúde, 93% dos eventos adversos constatados são considerados erros de imunização, quando a pessoa recebe uma vacina que não poderia receber ou quando toma uma dose de um fabricante e outra dose de outra empresa.

"O Ministério da Saúde pode rever sua posição desde que haja evidência científicas sólidas em relação a vacinação em adolescentes sem comorbidades. Por enquanto, por uma questão de cautela, nós temos eventos adversos aí para serem investigados. Nós temos esses adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles e nós precisamos acompanhar", disse Queiroga.

Em transmissão nas redes sociais na noite de ontem (16/09) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a decisão de suspender vacinação de adolescentes foi decisão do presidente Bolsonaro.

Com informações portal Correio Braziliense

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