29 de agosto de 2022

Bolsonaro ataca jornalista, candidatas reagem e ele recua

Simone Tebet, Jair Bolsonaro e Soraya Thronike 
pouco antes do início do debate (Foto: Miguel Schincariol)

A discussão sobre os direitos das mulheres ganhou destaque no primeiro debate presidencial das eleições 2022, promovido na noite de ontem (28/08) pela TV Bandeirantes parceria com o Jornal Folha de S.Paulo, o portal de notícias Uol e a TV Cultura. O assunto veio à tona após o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazer ataques pessoais à jornalista Vera Magalhães. Ele ficou irritado com um questionamento da profissional sobre as baixas taxas de vacinação ao candidato Ciro Gomes (PDT).

"Vera, você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse o presidente. As duas candidatas presentes no debate, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (UB), saíram em defesa da jornalista. Em resposta, Bolsonaro criticou a atuação de Tebet na CPI da pandemia.

A candidata retrucou: "Eu quero dizer que não tenho medo. Eu não tenho medo das fake news e dos robôs do seu governo. Quero dizer para o presidente, eu não tenho medo nem de você nem dos seus ministros."

Em apoio a Tebet e Vera, Soraya Thronicke criticou a truculência de homens contra contra mulheres no ambiente político. ""Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico incomodada", declarou Soraya. "Lá no meu Estado tem mulher que vira onça e eu sou uma delas".

Enquanto o assunto ganhava as discussões no debate, a repercussão era bastante negativa para o presidente nas redes sociais. Na volta do intervalo, tentando diminuir os possíveis prejuízos eleitorais entre o público feminino, Bolsonaro escolheu Ciro para fazer uma pergunta sobre o tema.

"A defesa da mulher é uma obrigação nossa", disse ele no início da indagação, questionando o pedetista na sequência sobre os seus projetos nessa área. Em resposta, Ciro criticou os ataques do presidente a Vera Magalhães e completou: "Aparentemente o senhor não percebe, não dar valor ou não respeita com a devida delicadeza que todos nós devemos, essa grave questão feminina".

Para se defender, Bolsonaro usou como argumento a aprovação de benefícios sociais. "Uma coisa muito importante na questão das mulheres não deixa de ser o auxílio brasil. E quando nós criamos o auxílio emergencial, nós procuramos atender primeiro a mulher e no auxílio brasil também. Tanto é verdade que 75% do benefício vai para as mulheres", disse.

A mudança de postura de Bolsonaro reflete a preocupação da campanha do presidente com as intenções de voto dele entre as mulheres, que são consideravelmente menores se comparado aos homens.

Além dos direitos femininos, corrupção, auxílio brasil, educação e meio ambiente também foram os temas que dominaram as discussões do primeiro debate presidencial.

Chamou a atenção ao longo de todo o debate a postura defensiva do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrava claro interesse de não gerar polêmica nas suas participações.

Nos bastidores, também houve muita tensão. O deputado federal André Janones (Patriota), que acompanhava o candidato Lula, envolveu-se em confusões, quase chegando às vias de fato com o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, num momento, e, em outro, com mais dois bolsonaristas: os candidatos a deputado Adrilles Jorge (PTB-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Organizadora do debate, a Band mobilizou um cordão de segurança para separar as campanhas.

Com informações portal O Povo Online

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