14 de agosto de 2016

O Ceará volta a se dividir através de disputa política

Dentro de dois dias, terá início o maior embate entre líderes políticos do Ceará em mais de uma década. Desde 2006 quase sempre restritas a rivalidades e rachas locais, disputas por Prefeituras tomam nova dimensão e voltam a dividir o mapa do Estado, em embates que projetam suas lideranças e já começam a definir os rumos da política cearense para 2018.

O “grande racha” do Ceará tem origens e personagens fáceis de rastrear. Tudo começou ainda em 2014, com a saída de Eunício Oliveira (PMDB) do bloco formado em torno do governo Cid Gomes (PDT). A debandada local, que acabou promovendo revitalização no PSDB cearense e retorno do tucano Tasso Jereissati às urnas, atingiu repercussão nacional neste ano, após peemedebistas articularem impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Congresso.

A ascensão do PMDB ao Planalto não passou despercebida. Vendo a oportunidade de crescerem na nova configuração nacional, opositores nos municípios tentam agora levar a polarização de Brasília para suas cidades. A recíproca é verdadeira, com peemedebistas investindo em preencher o vácuo do rompimento com petistas. Como é de costume, a micropolítica acaba se aproximando da macropolítica.

As consequências locais são claras: Neste ano, quase todas as disputas do Ceará ocorrerão entre grupos do PT e dos Ferreira Gomes (PDT) contra bloco do PMDB, PSDB, PR e SD. Liderado pelos senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB), o grupo opositor acaba repetindo partidos da base de apoio de Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional.

O PMDB, que vinha sofrendo debandadas desde sua ida para a oposição no Ceará, acabou ganhando filiados de peso para a disputa - caso do deputado federal Moses Rodrigues (ex-PPS) em Sobral e do deputado estadual Tomaz Holanda (ex-PPS) em Quixeramobim.

Do outro lado, petistas e pedetistas carregam em seu lado a força do Governo do Estado. O grupo também tem a vantagem de sair na frente, com número muito superior de prefeituras e bancada maior na Assembleia Legislativa.

Em outro efeito, uma série de opositores históricos nos municípios, mas que tinham menos apoio ou reduzida estrutura, agora entrarão em campo com investimento pesado de seu grupo apoiador - caso do vereador Eduardo Pessoa (PSDB) em Caucaia e, do lado governista, do deputado estadual Júlio César Filho (PDT) em Maracanaú.

Pontualmente, grupos aliados no nível estadual podem divergir e bater de frente - como em Sobral e Juazeiro do Norte, onde PMDB e PSDB possuem candidatos, ou Barbalha, onde PDT e PT não terão apoio de Cid Gomes nem de Camilo Santana. A ampla maioria, no entanto, deve seguir unida em bloco.

Com informações O Povo Online

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