24 de julho de 2015

Expulso do PMDB, Mesquita desabafa: não quis ser escravo de coronel

Expulso do PMDB, o vereador Carlos Mesquita criticou ontem a direção estadual da legenda e soltou farpas em relação aos seus principais nomes no Ceará. 

O parlamentar não poupou o senador Eunício Oliveira, presidente regional, muito menos o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, que comanda o partido em Fortaleza, chamando-os de “coronéis”.

Segundo Mesquita, a acusação de infidelidade partidária, motivo da expulsão no Conselho de Ética, nada mais é do que uma desculpa do vice-prefeito de Fortaleza para tirá-lo da legenda, já que os dois têm divergências. “Ele não gosta de mim”.

Mesquita afirmou, durante entrevista ao jornal O POVO, que o PMDB tem “dono” e que ele está “sendo punido porque não quis ser escravo de coronel nenhum”. O ex-presidente da Câmara afirmou que o Conselho de Ética peemedebista é formado por “empregados de Eunício”.

O parlamentar tem histórico conflituoso com o partido. Contrariando a legenda na eleição municipal de 2012, Carlos optou por apoiar o candidato a prefeito Elmano de Freitas (PT) na sucessão de Luizianne Lins. O PMDB, naquele momento, concorria na chapa de Roberto Cláudio (à época, PSB) com Gaudêncio no posto de vice.

No caso que levou à sua expulsão, o parlamentar é acusado de, em outro episódio, ter apoiado o então candidato Camilo Santana (PT), na eleição para governador do Estado, em 2014. O PMDB concorria com Eunício Oliveira. O vereador nega infidelidade. “Participei de carreata, tem fotos minhas na inauguração de comitê de campanha, na convenção do PMDB, pedi voto pro Eunício em Caucaia , Maracanaú... Votei no PMDB como sempre votei a vida inteira”.

Em relação ao processo no Conselho que cita uma Operação da Polícia Federal que o encontrou em um carro com material de campanha do petista Camilo Santana, Mesquita afirma que foi um equívoco, pois estava apenas de carona no veículo de um militante do deputado Ivo Gomes (Pros).

O vice-prefeito Gaudêncio Lucena afirmou que, além do vereador Mesquita, há outros cinco processos que tratam de expulsão de filiados tramitando no Conselho de Ética. Segundo ele o vereador “nunca visitou o comitê de Eunício, nunca foi no local da administração de coordenação da campanha”.

Gaudêncio acusa Mesquita de traidor do partido e afirmou que “para quem é infiel merece ditadura e merece a lei com todo rigor”. Negando qualquer influência no Conselho, Gaudêncio adianta que o partido deverá requerer o mandato do vereador.

Carlos Mesquita garante que vai recorrer da decisão na instância nacional.

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