31 de julho de 2019

Maia defende liberdade de imprensa, sigilo da fonte e critica vazamento de dados por parte do governo


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se pronunciou a favor do jornalista Glenn Greenwald ontem (30/07). Em vídeo, transmitido durante ato de apoio ao jornalista do site The Intercept, organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, Maia rejeitou a ideia de que Greenwald tenha cometido crime e, ao mesmo tempo, criticou indiretamente a divulgação de nomes dos hackeados pelos suspeitos presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal.

"Um hacker que consegue de forma ilegal dados de pessoas, isso precisa ser investigado, descoberto e punido. Por outro lado, um agente público que vaza informações sigilosas, que estão sob seu comando, também comete crime", disse Maia. 

"Todos os dois, que passam informações para a sociedade para que tenhamos mais transparência, como muitos defenderam nos últimos cinco anos, estão cometendo atos ilícitos", completou.

Rodrigo Maia, no entanto, ressaltou que, ao divulgar tais conteúdos, um jornalista não comete crime. "Um agente público com informação sigilosa entregou a um meio de comunicação e ele (o meio) deu divulgação, ele (o agente público) está protegido pelo sigilo, que é um direito democrático no nosso país", afirmou. "Não é pelo Glenn, mas a favor da nossa liberdade de expressão", finalizou, sob gritos dos presentes.

O parlamentar já tinha se queixado antes da divulgação dos depoimentos dos acusados de hackear telefones de autoridades, mesmo com a investigação correndo em sigilo. Nas informações divulgadas, constam que, além do ministro da Justiça, Sergio Moro, também também teriam sido invadidos telefones do próprio Maia e de outras autoridades, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); ministros de tribunais superiores; e até o presidente Jair Bolsonaro.

Mais tarde, o deputado usou o Twitter para voltar ao assunto. “Sou a favor da liberdade de imprensa em qualquer circunstância e defendo o sigilo da fonte. Isso está assegurado na nossa Constituição”, escreveu.

Em defesa de Glenn Greenwald

Ao menos 10 entidades da sociedade civil aderiram ao ato organizado pela ABI em solidariedade a Greenwald, criador do site que, desde junho, vem divulgando conversas pelo celular atribuídas a Sergio Moro e procuradores que integram a força-tarefa da Lava-Jato.

Durante o evento, no qual também estavam presentes personalidades como o ator Wagner Moura, Marcelo D2 e Camila Pitanga, Greenwald agradeceu o apoio que vem recebendo de outros jornalistas e da sociedade civil, e definiu o governo Bolsonaro como "autoritário". "É uma força saber que os jornalista investigativos estão defendendo uma imprensa livre contra um governo autoritário", disse.

Greenwald afirmou ainda que vem sendo julgado por Bolsonaro também por ser gay. "É muito surreal ser julgado moralmente por ser casado com uma  pessoa há 15 anos e por adotar duas crianças em um país que tem 47 mil crianças em abrigos sem família, sem apoio", afirmou.

Após a transmissão do vídeo, Glenn também usou o Twitter para agradecer o apoio de Maia. "Obrigado @RodrigoMaia. Como eu disse várias vezes: uma imprensa livre não tem ideologia. É democracia x autoritarismo", declarou. 

Com informações portal Correio Brasiliense


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