30 de setembro de 2017

Rodrigo Maia vai de principal aliado a forte ameaça ao PMDB

A disputa entre PMDB e DEM por filiação de nomes da base na Câmara dos Deputados tem refletido diretamente na relação entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e da República, Michel Temer (PMDB).

Prestes a ser votada a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista, o deputado tem feito declarações públicas que preocupam o Palácio do Planalto.

Em entrevista ao Valor, Maia chegou a dizer que não fez “com eles (governistas) o que eles fizeram com a Dilma” e que “talvez por isso essas mentiras criadas (por integrantes do núcleo duro do Planalto) para tentar criar um ambiente em que eu era o que não prestava e eles eram os que prestavam”.

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A resposta do democrata ocorre em meio a murmurinhos nos corredores do Congresso Nacional que apontam para possível conspiração do presidente da Câmara contra Temer. Maia, no entanto, nega manter a mesma prática de “traição”.

“Como eles fizeram desse jeito com a Dilma, talvez imaginassem que o padrão fosse esse. O meu padrão não é o mesmo daqueles que, em torno do presidente, comandaram o impeachment da presidente Dilma”, disse.

A declaração logo foi rebatida por um dos principais interlocutores de Temer na Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS). “Quem fez o impeachment fomos nós, foi Rodrigo Maia... Nós que fizemos, nós derrubamos a Dilma. O Maia foi tão protagonista quanto o PMDB”, respondeu ao O POVO.

Ainda na entrevista, Maia dá um recado a Temer: “Vou dizer claramente, sem nenhuma vaidade: se eu tivesse deixado o DEM sair (da base) com o PSDB, o Michel tinha caído (na votação da primeira denúncia)”.

Na contramão do discurso do governo, Maia tem dito à imprensa que a reforma da Previdência será “menor” do que se espera e que, mesmo assim, vai ser difícil aprovar.

Outro peemedebista, por outro lado, admitiu que as declarações têm preocupado o governo no momento em os índices de aprovação de Temer aparecem cada vez mais baixos. “É preocupante. Ele (Maia) demonstrava muita amizade, e agora dá declarações ásperas”, disse um deputado da base aliada.

A contenda mal resolvida entre DEM, partido de Maia, e PMDB, no processo de disputa de filiação de deputados dissidentes do PSB, ainda rende frutos negativos para o presidente Michel Temer.

Nos bastidores, o que se comenta é que há uma situação de desconforto entre as duas legendas que não avança, nem se resolve. “O DEM coloca (esse episódio) como uma bola nas costas que levou do PMDB”, disse ao O POVO o governista Geraldo Resende (PSDB).

Para o deputado Aníbal Gomes (PMDB), a maior ameaça na segunda denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa é o PSDB, que pode ser levado pelo movimento dos “cabeças pretas” que militam pelo desembarque do governo do PMDB.

Com informações portal O Povo Online

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