26 de fevereiro de 2022

Na ONU Brasil condena "agressão" à Ucrânia

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou uma resolução de condenação à Rússia pela invasão ao território ucraniano (Foto: Timothy A. Clary)

O Brasil condenou a invasão da Rússia na Ucrânia durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), na noite de ontem (25/02). A resolução de condenação recebeu onze votos a favor, com três abstenções e um voto contrário e definitivo do governo russo, que presidia o encontro e exerceu o poder de veto. 

Adendo: a palavra "condenar" foi retirada do texto proposto e substituída por "deplorar", uma referência ao Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê um possível recurso à força, também suprimido.

O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, discursou para posicionar o Brasil diante do conflito que preocupa as nações. "A integridade territorial e a soberania [dos países] não são palavras vazias. É nosso dever dar significado concreto a elas", disse diante da cúpula. "Precisamos criar condições de diálogo, buscar espaço para diálogo enquanto garantimos que a invasão no território soberano seja inaceitável".

Para o embaixador, o mais importante é voltar à negociação entre os países para o fim do conflito. "Precisamos buscar caminhos para a paz na Ucrânia, não recuar nas negociações diplomáticas. As vidas de milhões estão sob ameaça. No fim, a paz precisa prevalecer", defendeu.

Agora, a expectativa é para que o documento seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros.

A favor: Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido; Contra: Rússia; Abstenções: China, Emirados Árabes Unidos e Índia;

O Conselho de Segurança da ONU é composto ao todo por 15 países, dentre eles cinco são membros permanentes e por isso têm o poder de vetar resoluções. China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia são os detentores deste poder.

Como o Conselho está sendo presidido pela Rússia, somados ao poder de veto que o país possui, a resolução não foi aprovada e garantiu que nenhuma decisão fosse adotada.

A resolução pedia que a Rússia "retirasse imediata, completa e incondicionalmente" as forças militares da Ucrânia e "revertesse" a decisão de reconhecer a independência das províncias do leste ucraniano (Donetsk e Luhansk) em guerra, uma vez que "viola a integridade territorial".

Costa Filho alertou que o mundo vive um momento "sem precedentes" e uma "violação da Carta da ONU". Por isso, segundo o embaixador, o Brasil está "profundamente preocupado" com a operação militar russa e alertou que "uma linha foi cruzada".

A escalada de pressão para que o Brasil manifestasse voto contra a Rússia foi sentida no Itamaraty desde o início do conflito, na última quinta-feira (24/2). Poucas horas antes da reunião, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken telefonou ao chanceler brasileiro para pedir apoio ao documento.

Na manhã de ontem embaixadores europeus também foram até o Itamaraty pedir um posicionamento do governo brasileiro na ONU.

A resolução proposta pelos norte-americanos afirma que o ataque russo à Ucrânia é uma violação da paz e segurança internacionais e que a Rússia cometeu um ato de agressão contra a Ucrânia e condena de forma veemente a invasão.

O texto ainda diz que a Rússia deve retirar imediatamente todas as suas forças da Ucrânia e reverter o reconhecimento das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk.

Com informações portal Correio Braziliense

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