3 de fevereiro de 2018

Escola Nota 10 é questionada em Altaneira

Comitiva de Altaneira com o secretário de Educação no Centro de Eventos por ocasião da solenidade do Premio Escola Nota 10 (Foto: João Alves)
Um questionamento de uma leitora do BA sobre a postura de alguns professores da Rede Municipal de Ensino de Altaneira gerou grande debate na rede social Facebook ao longo do dia de ontem (02/02). A indagação era simples: “quais os motivos das professoras municipais matricularem seus filhos em escolas de outros municípios, se Altaneira tem escola Nota 10”.

A ex-secretária municipal de Educação, professora Tereza Leite, foi a primeira a responder, mas com outro questionamento: “É aquele velho ditado: ‘faça o que eu mando e não faça o que eu faço’. Será que funciona?”

Já a comerciante Nágela Pereira foi categórica: “Acho que essas professoras não se garantem, seria bom ter uma lei para filho de políticos e professores serem matriculados na cidade em que eles exercem seus cargos”.

A professora Yonara Soares foi a primeira a admitir que matriculou seu filho em escola particular, disse que se garantia no que fazia e considerava um absurdo não poder escolher onde seu filho vai estudar por ser professora do município.

O vereador Professor Adeilton também admitiu que seu filho está matriculado em uma escola particular e que a decisão foi adotada após receber “diversas denúncias de pais de alunos que durante a aplicação das provas que avaliam e distribuem o prêmio Escola Nota Dez os aplicadores estavam ensinando os alunos a fazerem a prova”.

Adeilton diz ainda que houve comprovação do fato nas aplicações de 2016 e que “tamanha armação, se é assim q podemos chamar, a coordenadora da aplicação que representava a crede teve que enfrentar todos e todas que queriam burlar o processo”. Disse ainda que muitas crianças reclamaram que existiam pessoas ensinando.

“Acredito que se trata de um péssimo exemplo, não há como confiar numa educação que prega algo e faz o contrário. Não existe desconfiança no trabalho dos professores que estão em sala de aula, mas infelizmente existe uma maquiagem promovida por alguns que fazem com que esses resultados não representam a realidade”.

Como prova do alegado o professor cita que “em 2015 tínhamos escolas nota dez e depois da fiscalização correta nosso resultado amarga 86° posição”.

Adeilton confessou ainda que não foi uma decisão fácil, todo anos ouvia reclamações nesse sentido e “após o que ocorreu em 2016, foi a gota d'água para tomarmos essa posição”.

A ex-gerente do PAIC, professora Micirlandia Soares, responsável pelo programa de avaliação no Município rebateu a críticas dizendo que o trabalho realizado era reconhecido em toda CREDE e municípios que fazem parte. Disse que se sentia honrada do trabalho ser reconhecido e até copiado por outros municípios.

“Acredito que o professor que ler essa postagem irá concordar comigo. São duzentos dias de um trabalho realizado com compromisso e responsabilidade para quererem jogar lama nele”.

A professora disse que tem ciência que as avaliações de fato não mede a capacidade de ninguém tudo depende do dia como a criança está, sem falar que o aplicador é muito importante pois esse deve ser preparado e bem preparado para o momento.

“Não entendo um professor falar mal de uma Educação da qual o seu filho foi trabalhado todas as habilidades necessárias e devidamente alfabetizado no tempo certo”.

Mais uma vez o vereador Adeilton comentou alegando que as gestões cometem erros grotescos por sempre dar mais ouvidos a quem defende uma portaria e tentar calar a voz de quem se opõe. “Tento levar isso por onde passo e tenho a oportunidade de ser ouvido, vejo que em minha terra a cada dia o interesse maior é sempre de ouvir quem concorda, quem se coloca disposto a contribuir sem questionar. Isso é perigoso e muito mais quando se trata de educação”, disse.

Outra ex-coordenadora, a professora Arlina Alves, sustentou que a educação de Altaneira sempre foi referência, pois realizam um trabalho sistematizado durante o ano letivo. “Partindo desta compreensão contribuímos com o fazer pedagógico dos professores, bem como, favorecemos a aprendizagem dos alunos”, escreveu.

Outra coordenadora destituída no final do ano passado, Elizier Caldas, disse que referencia o trabalho da Educação do município como responsabilidade de um conjunto: secretaria, gestores, professores, alunos e pais.  Disse que trabalham os 200 dias, pensando de maneira ética e projetada para superar desafios e ampliar conhecimentos dos nossos alunos.

“Somos preocupados. Temos professores comprometidos que fazem da sala de aula o palco de suas ações. Fazemos o melhor... Diagnosticamos, tabulamos e redirecionamos o trabalho dentro de uma proposta de Ação- reflexão-ação”, por fim diz que acreditamos na “Força do professor”.

Adeilton disse que não questiono a qualidade dos profissionais, “ainda fico encantado com a força e que os professores têm no seu dia-a-dia, mesmo diante de grandes desvalorizações. Nunca os culpei pelo ocorrido. Mas a decepção pelo ocorrido foi muito forte”, mas que o número de matrículas fora aumentou e essa situação deve ser enfrentada pela secretaria.

A secretária municipal Leocadia Rodrigues Soares afirmou que não poderia interferir nesta decisão dos pais, em relação as matriculas, mas que “posso hoje ou amanhã trabalhar para oferecer um escola boa para meus filhos e para o filho dos altaneirenses que desejarem”.

O ex-secretário municipal de Educação, Dhony Nergino, também reforçou o direito de escolha dos pais, mas questionado sobre a matrícula como impulso no recurso do Fundo de Manutenção, admitiu a contradição, e afirmou que na atual situação matricularia meu filho nas escolas da rede municipal sem pensar duas vezes.

O professor Dhony Nergino lembrou que Altaneira foi chamada na frente de 184 municípios como destaque e isso é o motivo de orgulho para nós e não ficar aplaudindo frente ao resultado de 2016.

O ex-secretário usa também o espaço para criticar o vereador Adeilton. “Antes de criticar o resultado de 2016 ainda hoje eu e todos os Professores de Altaneira estamos esperando sentados para não cansar, que algum Vereador da oposição nos parabenizar pelo resultado de 2015. Sempre respeitei muito o Legislativo, sempre visitei a casa do povo para conversar com os vereadores de situação e oposição olho no olho, respondendo tudo que eles queriam perguntar. Mas nunca recebi do professor vereador uma carta ou recado ou uma pomba mensageira com os parabéns pelo resultado de 2015”

Dhony Nergino diz ainda que em 2016 foram prejudicados no dia da aplicação, fizeram crianças chorar, professoras não se sentiram bem porque foram humilhadas, e pede a união em busca do melhor para o povo, para que se esqueça o lado político e buscar as melhorias.

“Vamos ficar felizes quando Altaneira for destaque positivo e quando for negativo vamos nos unir em prol de um bem comum. Parar de colocar os interesses pessoais/políticos acima dos interesses do nosso povo. Tenho muito orgulho deste torrão que me acolheu, tenho orgulho por demais de todos os Profissionais da nossa Educação e valorizo sempre cada um porque confio, acredito e respeito o trabalho de todos”.

Vários outros professores comentaram a postagem, alguns alunos também se manifestaram, mas o ex-secretário municipal de Educação, Deza Soares, nada disse sobre o questionamento, já o vereador Professor Adeilton rebateu todas os comentários postados e parabenizou professores e estudantes pelo debate.

O mais gratificante é receber no privado diversos apoios e comentários de professores e ex-alunos demonstrando suas insatisfações que por diversos motivos temem entrar no debate público. Só garanto, não estamos sozinhos na nossa posição, finalizou o professor Adeilton.

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