20 de janeiro de 2019

Flávio e o privilégio de senador eleito por Lucinthya Gomes


A investigação de movimentações suspeitas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), já vinha gerando desconforto ao presidente da República.

Mas, desde a última quinta-feira, 17, o enredo vem ganhando ingredientes que põem em xeque a capacidade de a família Bolsonaro praticar o que suas palavras pregam.

Flávio, assim como Queiroz, não compareceu a nenhum dos convites do Ministério Público do Rio para prestar esclarecimentos sobre o caso. Vinha dizendo que quem devia explicações era Queiroz. Contudo, apresentou reclamação ao STF alegando foro privilegiado de senador para pedir a suspensão da investigação.

A iniciativa de Flávio gerou a interpretação de carta de culpa. Ainda é difícil compreender a decisão do ministro Luiz Fux, que acatou o pedido, apesar de ter emitido voto a favor da restrição do foro privilegiado no ano passado.

Com a decisão colegiada do STF, parlamentares só têm o foro garantido em casos de crimes cometidos durante o mandato e em função do cargo, o que não se aplica à função de senador de Flávio, que, sim, já é diplomado, mas nem sequer foi empossado.

Na noite em que Flávio dizia à Record que iria aonde tivesse que ir para esclarecer qualquer coisa, a Globo divulgava nessa sexta, 18, um outro relatório do Coaf apontando 48 depósitos suspeitos na conta do próprio Flávio, no total de R$ 96 mil.

Para compreender a pressão sobre a família, em vídeo de março de 2017, ele aparece ao lado do pai, Jair, que critica duramente o foro privilegiado: "Não quero essa porcaria de privilégio". O episódio estremece a confiança que o presidente precisa para ter governabilidade.

Publicado originalmente no portal O Povo Online



Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.