31 de janeiro de 2019

Para aliados, decisões que impediram Lula de ir a funeral reforçam perseguição

Lideranças petistas, sindicalistas, além dos filhos, irmãos e outros parentes de Lula acompanharam a cerimônia que teve gritos de "Lula Livre" (Foto: Ricardo Stuckert)
A série de decisões da Justiça, Ministério Público Federal e Polícia Federal que inviabilizaram ontem (30/01), a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao funeral de seu irmão Genivaldo Inácio da Silva, o Vavá, serviu de base para que aliados, familiares e o próprio Lula reforçassem o discurso de perseguição política.

"Não deixaram que eu me despedisse do Vavá por pura maldade", disse Lula de manhã ao saber que a Justiça havia impedido a ida ao funeral. "Não posso fazer nada porque não me deixaram ir. O que eu posso fazer é ficar aqui e chorar", lamentou o ex-presidente segundo relato da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, à Agência PT de Notícias.

Vavá foi sepultado às 13 horas no cemitério da Paulicéia, em São Bernardo, onde também está enterrada a mãe de Lula, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu.

A notícia de que o ministro Dias Toffoli havia autorizado que o corpo de Vavá fosse levado até uma base militar chegou quando o cortejo já havia saído da capela rumo ao túmulo onde o irmão do ex-presidente foi enterrado e só fez aumentar a indignação.

"É uma situação ridícula. Em todo país civilizado onde há democracia e até em zonas de conflito sempre se respeitou os mortos", disse José Gomes da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Frei Chico disse que Vavá morreu pedindo para ver Lula. Parentes lembraram que em 1980 o então líder sindical preso por comandar as históricas greves de metalúrgicos de 1978, 1979 e 1980 foi autorizado a visitar dona Lindu no hospital e comparecer ao funeral da mãe em plena ditadura militar.

"Já na dita democracia Lula foi impedido de ir ao enterro de Sigmaringa Seixas (advogado petista morto em dezembro) sob o argumento de que não havia parentesco e agora soltam a decisão durante o sepultamento. Fica cada vez mais claro que Lula é um preso político", disse Edson da Silva, filho de Vavá.

Os filhos de Lula presentes ao enterro rejeitaram de pronto as condições apresentadas pelo STF para que o ex-presidente visitasse a família ainda nesta quarta. Informados sobre a exigência de que o encontro fosse em uma base militar, disseram que estavam querendo levá-los para "o campo do inimigo".

Lideranças petistas enxergaram nas exigências - que incluíam a proibição de celulares e da imprensa no local do encontro - sinais claros de que os responsáveis pela decisão não estavam preocupados com a segurança ou logística da operação mas, na verdade, quiseram impedir imagens e declarações públicas do ex-presidente.

Para o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a decisão de Toffoli, embora inócua do ponto de vista prático, serviu para mostrar que a juíza Carolina Lebbos, que proibiu a ida do ex-presidente ao velório com base em pareceres do MPF e da PF, violou um direito do ex-presidente. "Se a juíza de primeira instância tivesse tido o bom senso do ministro Toffoli, Lula teria tido a oportunidade de se despedir do irmão", disse ele.

Com informações portal O Povo Online

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