19 de julho de 2017

"O saldo da ExpoCrato" por Gonçalo Brandão

Na cidade de Crato, todos os dias, depois das 4 da manhã, quando terminam os shows da ExpoCrato, a visão que se tem é de que o inferno já está entre nós e aumenta a cada ano. 

Uma verdadeira multidão de zumbis toma conta das ruas, com centenas de jovens drogados, bêbados e violentos; Pode-se ver meninas novas, lindas, totalmente embriagadas, vomitando e caídas nas calçadas com suas melhores roupas (E a esta altura, muitas delas, talvez já grávidas precocemente) sem que os transeuntes lhes dê qualquer importância.

A visão é hedionda: Crianças visivelmente dopadas de drogas ou sabe-se lá o que; Bêbados tão chapados brigando entre si, que mal conseguem acertar o oponente com facas, canivetes e garrafas...A situação parece aquela descrita pelo famoso escritor Dante Alighieri em seu clássico "Inferno".

Diante de tais cenas, fico a pensar no futuro da humanidade, se é que esses seres ainda podem ser chamados de "humanos": Pois não pensam, não raciocinam, não vivem, apenas agem no mundo. Fazem parte do subproduto de uma sociedade decadente que perdeu seus valores, em que os pais, por não terem sido educados, já não podem fornecer educação e também valores a seus filhos.

Que futuro terão os filhos dessas pessoas daqui a 10, ou 20 anos? Estamos rumando para um mundo cada vez mais perigoso, violento, em que as novas gerações, por uma completa falta de respeito, conhecimento e educação, poderão destruir tudo aquilo que a humanidade levou milênios para construir e representam uma ameaça à própria humanidade.

Chegaremos ao "planeta dos macacos", guiados por uma elite que impõe um sistema de dominação que pretende transformar a população em zumbis, em não-pessoas, em seres que apenas vagam sem rumo pelo planeta, e que servem apenas para consumir o produto fornecido por essa elite.

No Crato, aparentemente, os cartolas da ExpoCrato não estão nem aí para isso. Não estão preocupados com o futuro das pessoas, mas com os lucros exorbitantes que obtém com a festa, pela exploração do ser humano, independente do mal que podem estar causando. As bandas contratadas são as mesmas de sempre, o forró de plástico, cujas letras incitam os jovens ao alcoolismo, o "beber até cair", e ainda letras que degradam o papel da mulher na sociedade como um mero produto de consumo. O que importa na festa que um dia já foi tão sadia e da família cratense, é hoje monopólio absoluto, não apenas naquilo que oferecem de consumo caro, mas sem se preocupar com o poder de destruição e no mal que poderão estar causando às pessoas.

A história nos mostra que os maiores criminosos não são apenas os que roubam o dinheiro das pessoas, mas principalmente, os que lhes tiram também a alma, a integridade, a possibilidade de uma vida digna, de construir um mundo melhor. Embora o caso não se resuma apenas à Expocrato, aqui estamos involuindo.

Estamos presenciando a transformação do mundo em um mundo de zumbis. Mas se houver mesmo uma outra vida, e uma justiça divina, certamente, que haverá um lugar reservado para aqueles que destruíram o futuro dos nossos jovens.

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