4 de janeiro de 2021

Ceará tem mais mortes por Covid-19 que população de 20 municípios

 

O movimento nas praias de Fortaleza foi quase normal apesar da ampla divulgação do número de mortes (Foto: Thais Mesquita)

Em nove meses de pandemia de Covid-19, o Ceará acumula mais mortes causadas pela doença do que a população de 20 municípios cearenses, segundo estimativa da população dos municípios para 2020 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao todo, até as 8h52min do último domingo, 3, foram registrados 10.024 óbitos causados pela infecção no Estado, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Deputado Irapuan Pinheiro, Tarrafas, General Sampaio, Antonina do Norte e Guaramiranga são cinco das 20 cidades com menos de 10 mil habitantes — 10,8% do total de 184 municípios. Granjeiro, a menor, tem 4.814 habitantes.

O Estado inteiro contabiliza 336.763 casos confirmados da doença, e Fortaleza concentra 82.618 — 24,5% — deles. Em número de óbitos, a Capital soma 4.173. Em outubro passado, houve aumento da transmissão da Covid-19 na Cidade.

"Estamos colhendo os frutos da maior exposição (ao vírus) em outubro e novembro", com as campanhas eleitorais, afirma Marcelo Gurgel Carlos da Silva, professor titular de Saúde Pública e membro do GT de Enfrentamento à Covid-19 da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Ele ainda cita as confraternizações de final de ano.

"As recepções domésticas aconteceram e muita gente circulou", aponta o professor. Impactos dessas reuniões, em que podem ter comparecido pessoas na fase de transmissão da doença, ainda devem ser percebidos até o próximo mês.

No último sábado, 2, o governador Camilo Santana (PT) anunciou a prorrogação do decreto de isolamento social elaborado especificamente para o período de final de ano. O documento venceria nesta segunda-feira, 4, mas o prazo de vigência foi estendido até o próximo domingo, 10. Com isso, medidas restritivas para restaurantes e barracas de praia, hotéis e pousadas, shoppings e comércio de rua e eventos em áreas comuns, válidas desde 15 de dezembro de 2020, continuam.

"Seguimos o princípio da precaução. O aumento de casos de Covid-19 tem ocorrido em todo o Brasil e no mundo. Aqui no Ceará já avançamos muito no enfrentamento à pandemia, acredito estarmos perto de vencer essa luta, mas precisamos tomar as medidas que forem necessárias para que essa segunda onda não ganhe uma proporção maior", afirmou em publicação nas redes sociais.

No comunicado, o governador ressaltou a importância de se evitar aglomerações, que têm risco potencializado quando a máscara de proteção não é utilizada. Estão proibidos, por exemplo, festas, shows e eventos sociais e corporativos, e o horário de funcionamento do comércio, de restaurantes e de barracas de praia foi alterado.

Duas semanas após iniciar a vacinação contra o novo coronavírus, Israel já imunizou mais de 10% de sua população total. Em relação ao grupo de maior risco, a inoculação já supera os 50% dos cidadãos.

O país quer, agora, vacinar a maioria dos seus nove milhões de habitantes até o início da primavera, que começa entre abril e maio. Com uma população semelhante à de Nova York, a campanha de vacinação de Israel é relativamente simples em comparação com as mobilizações em massa necessárias para nações com muito mais pessoas e uma maior extensão da geografia.

Em terras israelenses, o início da vacinação se deu com profissionais de saúde e aqueles com mais de 60 anos, em 20 de dezembro, após receber os primeiros carregamentos da vacina da Pfizer, e até o último sábado, o país havia administrado 12,59 doses por 100 de seus habitantes, de acordo com o grupo de pesquisa Our World In Data, da Universidade de Oxford.

"O sistema de saúde está se provando", disse o ministro da Saúde Yuli Edelstein, em uma entrevista na quinta-feira ao Wall Street Journal. Israel se orgulha de ter um sistema de saúde tecnologicamente avançado, no qual todos no país são registrados por lei.

Com informações portal O Povo Online

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