28 de maio de 2021

Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a vacinar, diz diretor do Butantan à CPI da Covid

 

Segundo Dimas Covas, três propostas foram feitas ainda em 2020 ao governo federal, foram ofertadas 60 milhões de doses, com entregas previstas para o último trimestre de 2020 (Foto: Jefferson Rudy)

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse ontem (27/05) em depoimento à CPI da Covid, que o Brasil poderia ter sido o primeiro país a vacinar a população contra a Covid-19. Segundo Covas, “percalços” nas tratativas entre o governo federal e o Butantan e a demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na aprovação do uso emergencial de vacinas foram parte dos fatores que impediram isso.

Covas disse que, em dezembro do ano passado, o Butantan já havia produzido e estocado 5,5 milhões de doses da CoronaVac. “Nós já tínhamos as doses. O Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a começar a vacinação, não fossem os percalços que nós tínhamos que enfrentar nesse período”, afirmou à CPI.

Segundo Covas, três propostas foram feitas ainda em 2020 ao governo federal, uma em julho, uma em agosto e outra outubro. Em julho foram ofertadas 60 milhões de doses, com entregas previstas para o último trimestre de 2020; mesma quantidade ofertada em agosto.

Já em outubro, Covas apontou que a oferta era de 100 milhões de doses, sendo 45 milhões entregues até dezembro do ano passado, 15 milhões até fevereiro de 2021 e o restante até este mês de maio.

Entre as dificuldades de negociação, Covas citou a desautorização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que o Ministério da Saúde, seguisse negociando. “No dia 20 de outubro, fui convidado pelo então ministro da Saúde (Pazuello) para uma cerimônia no Ministério da Saúde, onde a vacina seria anunciada como a ‘vacina do Brasil’”, contextualizou.

E seguiu: “A partir desse ponto, é notório que houve uma inflexão – e eu digo isso porque, no final da reunião, no outro dia de manhã, na qual haveria conversações, infelizmente, as negociações não prosseguiram, porque houve uma manifestação do presidente da República dizendo que a vacina não seria, de fato, incorporada”, explicou. Hoje, a CoronaVac é a vacina contra a Covid-19 mais utilizada no Brasil.

Com informações portal O Povo Online

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