29 de junho de 2022

Encontros em Fortaleza e Brasília indicam afunilamento na candidatura governista

Izolda Cela ao deixar reunião com pré-candidatos na sede do PDT (Foto: Samuel Setubal)

No dia que talvez tenha sido até agora o mais importante para a base governista nas próximas eleições no Ceará, reuniões no Ceará e em Brasília discutem as principais pendências na formação da chapa para o Governo do Estado. Em Fortaleza, o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) reuniu os quatro pré-candidatos, na sede do partido, no Meireles, e sinalizou sobre como será o processo de escolha. Quase ao mesmo tempo, em Brasília, os deputados federais André Figueiredo, presidente estadual do PDT, e José Guimarães, líder da maioria petista no Ceará, conversaram e sinalizaram que estão sendo contornadas as divergências de petistas com a condução da aliança pelo PDT.

Ciro almoçou com os quatro pré-candidatos do PDT: o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, a governadora Izolda Cela, o deputado federal Mauro Filho e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio. Na saída, ele destacou a forma como será tomada a decisão. Ele afirmou que ainda ontem teria reunião com partido aliado e disse que será contratada pesquisa pelo partido. A intenção é registrá-la e tornar público o resultado.

 Mauro Filho, Evandro Leitão e Roberto Cláudio estiveram na reunião de ontem (Foto: Samuel Setubal)

"(Os critérios) São aqueles que nós apalavramos. Sondar a opinião pública com pesquisa de opinião que já vai ser registrada pelo PDT no Tribunal Eleitoral, para que seja público e transparente. E vamos também ouvir os partidos aliados", disse ao O POVO, ao deixar a sede do PDT.

O deputado federal Mauro Filho era o mais animado na saída. "Foi a melhor reunião de todas que nós tivemos. De mobilização, de motivação. Foi excelente. Nunca vi a gente tão empolgado", afirmou.

Cada vez mais cotado para ser o escolhido, Roberto Cláudio disse que a reunião se concentrou em análise de cenário e afirmou que não foram estabelecidos critérios de escolha. "Fazer uma análise do cenário da política estadual, análise do cenário da política nacional e, mais uma vez, a gente tratar de internamente celebrar essa união, essa coesão. Organizar as bases do partido para o próximo pleito. Ao mesmo tempo, tratar também de a gente começar a planejar e organizar, cada um de nós no seu papel, a campanha do Ciro a presidente da República", descreveu, na saída.

Evandro Leitão destacou importância de o partido iniciar uma "arrancada" pela campanha de Ciro Gomes à Presidência no Ceará. "Foi um momento de reafirmação da nossa unidade, enquanto pré-candidatos que somos, e também fazermos uma grande campanha para o Ciro aqui no Ceará. Para que a gente possa arregimentar forças, mobilizar nossas bases e dar início a essa a arrancada para que o Ciro possa crescer." A governadora Izolda Cela (PDT) foi a primeira deles a sair, para ir à posse de 490 policiais civis, no Centro de Eventos. Apressada, ela não deu declarações à imprensa.

Enquanto a reunião ocorria em Fortaleza, o presidente do PDT no Ceará, deputado André Figueiredo, teve encontro com o deputado federal José Guimarães, mais influente petista no Ceará. Guimarães, no último mês, demonstrou insatisfação com os encaminhamentos no PDT e disse que a aliança seria rompida se o candidato for Roberto Cláudio.

O encontro entre Guimarães e Figueiredo foi o primeiro gesto público de reaproximação dos dois partidos em meses. Desde o fim de maio, vinham ficando mais públicas resistências dentro do PT a uma possível candidatura de Roberto Cláudio. Os parlamentares demonstraram confiança em manter a aliança.

“O fato é que nós temos uma opinião aí no Ceará, que é partilhada pelo Lula, Gleisi (Hoffmann, presidente do PT) e Camilo (Santana), que é a de manutenção da aliança com candidatura da Izolda”, disse Guimarães. Sobre sinais recentes de que a relação entre as siglas teria “azedado”, Guimarães minimiza: “Há muita ilação e muita fofoca, especulação.”

Guimarães afirma que irá conversar sobre o assunto na próxima quinta-feira, 30, com Camilo e com o presidente do PT Ceará, Antônio Filho, o Conin. "Nós temos unidade em torno do ponto que é a centralidade, que é manter aliança entre PT e PDT. Qual o nome, é claro que isso vai passar por uma avaliação do PDT e, evidentemente, ouvindo os partidos aliados como o PT. Nós temos uma opinião, o PDT sabe qual é, mas é necessário que a centralidade do problema seja a manutenção da aliança no Ceará", pontuou.

Ele destaca, no entanto, que é necessário que o “central” da discussão seja a manutenção da aliança. “Que, ao final, será chancelada, se concretizando, pelo Cid (Gomes, senador) e pelo Camilo Santana”, destaca.

Logo após a reunião, Figueiredo classificou o encontro como "muito positivo" em publicação nas redes. "Trabalharemos juntos visando a unidade de um projeto vitorioso, para o bem do nosso povo". "Eu acredito que serviu realmente para reaproximar algo que não estava realmente tão distante, a não ser pelo que circulava na imprensa ou se postava nas redes sociais. Tinha esse barulho, mas nunca do próprio Guimarães, de uma forma irreversível", afirmou ao O POVO.

"Estamos construindo essa unidade, que é indispensável. É um projeto competente, de governos elogiados, com redução da desigualdade. Não tem para que dar essa chance ao azar e, com uma eventual divisão, viabilizar o adversário", continua o pedetista, que destaca não existir nenhuma "incompatibilidade" para a existência de dois palanques, para Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), na base aliada do Ceará.

"Nós já temos experiência disso, na eleição passada o PT foi com o (Fernando) Haddad e nós com o Ciro, e os dois com Camilo governador e Cid senador", afirma. O deputado destaca ainda que foi reforçado que não existe nenhum tipo de "veto" para qualquer nome dos quatro pré-candidatos em disputa pelo PDT.

"Eles têm essa preferência pela Izolda, que é legítima, até porque a Izolda é extremamente competente, mas entendemos que vetos de qualquer tipo seriam desgastantes, porque cada um dos quatro mereceria esse apoio. E foi uma conversa nesse sentido, de irmos respeitando os processos internos de cada partido."

Com informações portal O Povo Online

 

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