27 de maio de 2017

Camilo defende Tasso e contraria PT do Ceará

Marcando mais uma troca de “afagos” entre Camilo Santana (PT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB), o governador defendeu indicação do tucano no caso da queda de Michel Temer com eleições indiretas para presidente.

Defensor da tese de eleições diretas e até de boicote no caso de uma escolha via Congresso, o PT do Ceará diverge do governador, mas evitou comentar as declarações.

“Se houver uma eleição indireta, entre os nomes que existem no Congresso, o Tasso hoje é um dos mais respeitados e para o Ceará será muito bom”, disse o petista ao “Blog do Eliomar”, do jornal O POVO. Não é a primeira troca de elogios entre ambos: em janeiro, o senador elogiou chegou a dizer que Camilo teria “jeitão de tucano”.

Questionado se ele se consideraria um “petista tassista”, Camilo desconversou: “Sou um governador que defende o Estado do Ceará. Quanto mais a gente estende essas disputas políticas, nesse momento, se agrava o problema no País e quem perde com isso é a população. É o desemprego. É a possibilidade da volta da inflação. É a falta do crescimento do País”.

Desde o início desta semana, cresceram especulações em torno do nome de Tasso em caso de eleição indireta. Nos últimos dias, o senador, hoje presidente interino do PSDB, tem viajado pelo País para ouvir caciques do partido e decidir sobre possível saída de tucanos do governo Temer.

Os encontros tratam de articulações entre lideranças da base aliada para um possível cenário “pós-Temer”. Além de Tasso, nomes como Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são cotados.

Indicação de Tasso ainda obteve apoio de dentro da gestão Roberto Cláudio (PDT). Secretário do Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira (PPS) lançou nota defendendo o tucano e o senador Cristovam Buarque (PPS) como vice. “Tasso e Cristovam são dois homens públicos honrados, sem máculas e comprometidos com a democracia”, disse.

Declaração de Camilo abre também novo constrangimento entre posições do governador e do PT no Ceará. Presidente do partido no Estado, Francisco de Assis Diniz evitou repercutir fala do governador, mas destacou que ela vai de encontro ao que a sigla defende. “Ele não está falando em nome do partido, nós defendemos que não há legitimidade no Congresso para definir o presidente”, diz.

Ex-secretário da Cultura do Estado e próximo de Luizianne Lins no partido, o vereador Guilherme Sampaio afirma que postura de Camilo “não gera nenhum problema novo”. “Não é a primeira opinião divergente do governador com o partido (...). Eu, como militante, teria a expectativa de que ele fosse muito enfático na defesa de eleições diretas, ele perdeu essa oportunidade”, criticou.

Voz mais afastada do governador na gestão, a deputada Luizianne Lins é defensora da tese de eleições diretas. Em nota, a ex-prefeita associa escolha indireta com a “elite” e diz que a medida focaria na aprovação das reformas trabalhista e da Previdência.

“Os que defendem eleições indiretas querem, na verdade, interditar esse debate”, afirma.

Com informações O Povo Online

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