9 de julho de 2022

Desde 2019, gasolina encareceu 75% no Ceará; diesel avançou 105%

O valor já caiu no Ceará após mudança no preço base de cobrança do ICMS (Foto: Thais Mesquita)

Em meio aos aumentos, o Congresso e o Governo Federal se movimentaram para mudar as regras do ICMS, tornando combustíveis artigos essenciais para fins de tributação. Aprovada a Lei Complementar 194/2022, que também representou a suspensão da cobrança de impostos federais sobre a gasolina, a expectativa do mercado é de que o combustível nos postos do Ceará possam cair até R$ 1,50 (-19,7%) com base no preço praticado na época da aprovação, no fim de junho.

De acordo com a pesquisa semanal da ANP (26/6) do período da aprovação da LC, o preço médio da gasolina no Ceará era de R$ 7,58. Caso a projeção se confirme integralmente, o preço cairia para R$ 6,08. Ainda assim, nota-se carestia de 42,3%.

Esse encarecimento dos combustíveis gera um efeito em cadeia que tem pressionado diversos setores e enfraquecido a economia. Em cinco anos, a inflação oficial do Brasil fez o real perder 30% de seu poder de compra e o País tem a terceira maior inflação entre as grandes economias, revelou relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Desde 1999, o Brasil adota um regime de metas de inflação, com uma margem para mais e para menos, e controla os impulsos inflacionários via taxa de juros - se os preços sobem e a inflação aumenta, crescem os juros; se a inflação baixa, há espaço para redução.

Mesmo com as metas, tem sido difícil controlar a inflação no Brasil. Em 2019, a alta acumulada foi de 4,31%, puxada pelo avanço do preço das carnes (32,4% naquele ano). Em 2020, mesmo com a pandemia paralisando a economia, a inflação fechou em 4,52%, com forte pressão de alta dos alimentos (+14,09%).

A partir de 2021, a inflação ficou descontrolada, com alta de 10,06%, estourando o limite do sistema de metas, sendo puxada para cima pelos combustíveis (+47,49% pela gasolina e 62,23% pelo etanol). Em 2022, as altas continuam e fechou-se o primeiro semestre com inflação acumulada de 5,49%, índice superior à média anual de 2019 e 2020. O Banco Central já admite mais um ano de inflação fora da meta.

Dado o histórico, o doutor em Economia e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Almir Bittencourt, explica que o mundo passa por um contexto diferente de crise após a pandemia. A inflação se tornou um problema mundial pois as cadeias econômicas não se ordenaram na forma e velocidade que se esperava, agravando problemas e gerando outros novos.

"Há um risco de recessão mundial baseada na retração de oferta, pois a pandemia propiciou isso, já que as empresas não podiam produzir para atender a demanda mundial. E todo sistema mundial não conseguiu reacender no nível esperado, gerando um desbalanço entre oferta e demanda nesta retomada."

Sobre o peso do encarecimento dos combustíveis para a economia brasileira, o professor destaca o fato de que nossa estrutura de transportes foi montada baseada no transporte rodoviário, com dependência dos fretes autônomos, que dependem da variação dos custos dos combustíveis.

Com informações portal O Povo Online

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