20 de janeiro de 2018

"Os três juízes e as três promotoras da mídia" por Fernando Brito

Montagem com a matéria especial da revista veja sobre o julgamento de Lula e as capas das três principais revistas do Brasil
Não são apenas Lula e a liberdade das eleições que estarão em jogo na quarta-feira. É, também, o papel das três grandes revistas brasileiras – Veja, Época e – sobrevivendo com as verbas de Temer – a Istoé – como “força tarefa” da Lava Jato.

Desde o “powerpoint” da Veja, na semana da eleição de 2014, lançada para tentar eleger Aécio Neves as três tornaram-se peças semanais de implacável acusação seletiva. Aliás, o beneficiário daquela capa que, na ocasião, não funcionou o suficiente para alcançar a vitória do hoje desaparecido – alguém lê algo sobre ele e suas malas? – senador mineiro.

Não é diferente hoje e é provável que tenham, neste momento, edições antecipadas prontas, à espera da condenação que seria seu carnaval antecipado. Das três, a Época é quem coloca algumas fichas na necessidade de ter munição futura, contando que não se complete o aniquilamento de Lula, pronta a atacar sua família (aliás, a mesma que, em outros tempos, dizia que ele abandonava). 

A Istoé,  que perdeu faz tempo todas as estribeiras, já o coloca atrás das grades. Mas é a Veja quem vai ao ponto: pressionar, com seu poderio, os desembargadores para que não “afinem” na quarta-feira.

E usa, como o quis fazer com Celso de Mello no julgamento dos embargos infringentes do chamado “Mensalão”, estampando o seu rosto na capa para, previamente, apontá-los à execração no caso de se aventurarem a desobedecer o diktat do tribunal da mídia.

Daquela vez, todos sabem, não funcionou. As circunstâncias, porém, eram outras: ainda não havia o golpe, os prejuízos políticos já tinham sido “contabilizados” e, sobretudo, não havia a figura imperial de Sérgio Moro, transformado do “Il Duce” do Judiciário.

Quarta-feira, portanto, será também o dia de verificar o quanto – e se totalmente – a mídia conseguiu fazer do Judiciário uma extensão de seu poder de manipulação. E que ele, como ela o faz, pretende se substituir ao povo brasileiro e dizer que ele não pode escolher o que ela não quer que escolha.

Publicado originalmente no portal Tijolaço

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