19 de maio de 2020

Camilo confirma reunião com Bolsonaro, mas flexibilização só com redução de casos e mortes

Governador Camilo anunciou convite para reunião nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)


Após culpar governadores por crise econômica na esteira da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem reunião virtual com os gestores estaduais na quinta-feira, 21, a partir das 10 horas. A pauta é a agenda para recuperação da economia e ações contra a doença.

A intenção do presidente é flexibilizar os decretos de isolamento social, adotados como medida de enfrentamento à infecção, que já contaminou 254.220 pessoas no Brasil — o terceiro em número de casos no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Rússia. O número de mortos no país é de 16.792.

No Ceará, já são 26.363 registros positivos e 1.748 óbitos, boa parte deles em Fortaleza, que permanece sob decreto de "lockdown" até amanhã, 20.

Governador do Estado, Camilo Santana (PT) confirmou que participará do encontro, o primeiro com Bolsonaro depois da discussão entre o mandatário e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O tucano e o chefe do Executivo Nacional discutiram durante uma videoconferência em 25 de março organizada para debater ações conjuntas entre União e governos.

Nela, Doria cobrou responsabilidade do ex-aliado, que havia estimulado protesto dias antes, desrespeitando recomendações de autoridades sanitárias.

De lá para cá, Bolsonaro criticou os chefes de Executivo estaduais e municipais, a quem culpa por terem implementado regimes de isolamento e outras modalidades de bloqueio total, ignorando pedidos de flexibilização apresentados por ele. Em troca de um possível alívio nessas restrições, ele deve acenar com a sanção do projeto de ajuda financeira a governadores e prefeitos com recursos e suspensão de dívidas.

Já aprovada pelo Senado e encaminhada para sanção presidencial, a proposição soma R$ 125 bilhões para os entes federativos, incluindo-se o Distrito Federal, distribuídos em ações de combate à Covid-19.

Da reunião de quinta-feira participam também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, além do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Pelas redes sociais ontem, Camilo Santana afirmou ter recebido ligação do ministro Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) convidando para a reunião a fim de "alinhar as ações dos estados". Segundo o petista, "é o momento de todos estarmos unidos".

Na mesma transmissão, o gestor cearense admitiu que, "também nesta semana, está sendo finalizado o plano de retomada da economia no estado", cujo decreto de isolamento foi assinado e publicado dois meses atrás, em 19 de março.

"É um plano construído a várias mãos, sempre pautado nas condicionantes da área da saúde. Em breve a gente vai iniciar a retomada da economia no nosso Estado, sempre de forma responsável e planejada", acrescentou.

O programa de reabertura dos negócios vem sendo discutido pelo comité formado por entidades civis, representantes do Governo, além de Legislativo e Judiciário.

O governador iria anunciar ontem novo pacote de contenção do coronavírus no Ceará, segundo estado do país em casos da doença, mas adiou a informação para hoje.

O decreto de isolamento, que expira amanhã, já foi prorrogado quatro vezes. Há pressão de setores da cadeia produtiva para reabrir os negócios. Titular da Secretaria da Saúde do Estado, dr. Cabeto já disse que o Governo só começará a afrouxar regras quando houver redução continuada nas estatísticas locais de contágio e de morte.

Com informações portal O Povo Online

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