27 de maio de 2020

Governador confirma flexibilização do isolamento social no Ceará em junho com abertura gradual de setores

Camilo disse que detalhes do plano econômico serão divulgados hoje (Foto: Reprodução/Facebook)

Após 23 dias de Fortaleza em isolamento rígido e 72 dias de quarentena no Estado, parte dos setores econômicos poderá voltar gradualmente às atividades a partir de 1º de junho. A confirmação foi realizada pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por meio de transmissão ao vivo nas redes sociais. Detalhes do plano econômico serão divulgados hoje. A retomada terá quatro fases e deve ter comprometimento com enquadramentos técnicos, conforme protocolos de cada setor. O termômetro para o avanço da reabertura é a capacidade de atendimento do sistema de saúde do Ceará.

Entre uma etapa e outra, será dado um intervalo de 14 dias para o monitoramento da situação. Caso a curva de contágio aumente, a flexibilização pode ser suspensa. O jornal O POVO apurou, no dia 18 de maio, que as cadeias econômicas presentes na primeira fase são indústria de artigos de couro e calçados; de energia; saneamento básico e reciclagem; indústria têxtil; indústria metalmecânica, química e correlatos; agropecuária; construção civil; empresas de serviço; cadeia moveleira; indústria de TI; e comunicação. Atividades como assessorias esportivas e com personal trainer também devem ser liberadas, porém sem aglomerações, conforme adiantou o titular da Secretaria do Esporte, Rogério Pinheiro.

"O isolamento social tem salvado vidas e nos deu tempo para reestruturar nosso sistema público de saúde. E com a confirmação da estabilização de casos na Capital (epicentro no Ceará), pretendemos iniciar a retomada da economia cearense, de forma gradativa", justificou Camilo.

O jornal O POVO apurou que plano de retomada dos setores já está pronto. Os protocolos de diversos segmentos para a retomada foram alinhados e todo o trabalho foi realizado sob análise de Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, secretário da Saúde do Estado.

A flexibilização do isolamento para essas atividades econômicas não significa o fim do isolamento, portanto, as não inseridas na lista devem continuar sem funcionar. O movimento do governo estadual acontece em meio ao aumento da adesão ao isolamento social em Fortaleza após o lockdown. Em duas semanas, a Capital permanece com índice superior a 50%.

Com o exemplo de países que já estão fases à frente do Ceará e permitiram a flexibilização, o economista Gilberto Barbosa considera prudente a ideia de reavaliar os casos a cada 14 dias. Ele concorda que, na medida em que a infecção é controlada e o setor de saúde permita, faz sentido ir voltando aos poucos.

Sobre a provável lista, Gilberto diz que "são setores em que é possível controlar melhor a circulação de pessoas. É diferente de tentar abrir um shopping, por exemplo. O Ceará está seguindo praticamente o mesmo protocolo que vimos em outras cidades do mundo", observa.

Na Capital, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, relata que a retomada "é como sair de uma batalha", mas não espera grandes movimentos nos primeiros dias. "Do ponto de vista mercadológico, será um momento de readaptação".

"Nós estamos muito sofridos. O varejo está muito marcado por mais de 12 mil demissões. Isso mexeu muito com o foro íntimo dos lojistas, com a equipe, pelos cortes que aconteceram. O consumidor está retraído, com medo de comprar por medo de perder o emprego e de sair de casa ainda. Esse novo momento ainda será muito difícil", afirma.

O protocolo de atendimento do comércio inclui a regulação da quantidade de pessoas dentro das lojas, fitas demarcando o distanciamento em filas, álcool gel, alguns estabelecimentos terão placas de acrílico restringindo o contato entre funcionários e clientes, ar-condicionado com limpeza frequente. As lojas reabrirão com 40% da força de trabalho.

Outro item acordado com o governo é a abertura e fechamento escalonados dos comércios. Assis ainda conta que foram instaladas pias na Praça do Ferreira para assepsia, mas cobra um mutirão de limpeza no Centro antes do dia 1º. Também pede ao governador que confirme logo "para que os empresários possam fazer a higienização dos locais, instalar as faixas de separação" para atender ao público na retomada.

Procurado pelo reportagem do jornal O POVO, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, recebeu com surpresa a informação do anúncio do governador. Ele relata que os setores não haviam sido informados previamente. A Federação das Indústrias do Estado (Fiec) também foi procurada, mas não deu retorno.


Setores que levaram propostas ao Governo do Estado para a retomada:

Automotivo; construção civil e imobiliária; economia do mar; energias renováveis; flores; turismo e eventos.

 

Protocolos a serem seguidos pelos segmentos:

Higienização constante e efetiva do local de trabalho.

Medição de temperatura de colaboradores e consumidores.

Respeito ao distanciamento social entre as pessoas.

Uso obrigatório de máscaras.

 

Com informações portal O Povo Online


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