22 de maio de 2020

Bolsonaro diz que "morre mais gente de pavor" e defende "abertura radical" nas cidades

A afirmação se deu no dia que o Brasil supera a marca de 20 mil mortes (Foto: Facebook/Reprodução )


Praticamente ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde anunciava que o número de mortes no país pela covid-19 no Brasil passou dos 20 mil, o presidente Jair Bolsonaro afirmava, em transmissão pela rede social Facebook, nesta quinta-feira (21/05), que "morre muito mais gente de pavor do que do ato em si" e ainda defendeu a "abertura radical" das cidades, obrigando a máscara, "sem multa, no convencimento".

"Tem que se cuidar. Eu estou com 65 anos tenho que cuidar de mim mesmo, (de) minha mãe que está viva. E toca o barco. É a vida, é a realidade. Morre muito mais gente de pavor do que do ato em si. Então o pavor também mata, leva ao estresse, ao cansaço, a pessoa não dorme direito, fica sempre preocupada, (pensando) 'se esse vírus pegar vou morrer'", disse o presidente .

Bolsonaro afirmou ainda que adiou a viagem que faria para o Vale do Ribeira, região onde cresceu, para evitar riscos de contaminação da sua mãe. "Ia ter aglomeração. Vai que eu visito minha mãe e ela pega coronavírus. Iam dizer que eu infectei minha mãe", disse.

Bolsonaro defendeu mais uma vez o uso da cloroquina como tratamento para a covid-19, mesmo sem comprovação científica de que a droga funciona para infectados pelo novo coronavírus. "Sabemos que não tem comprovação, mas tem muitos relatos médicos. Muitos hospitais particulares têm receitado. Eu sei que não sou médico, mas temos que dar uma esperança", explicou.

O presidente lamentou o requerimento do PT que pediu o cancelamento do novo protocolo do Ministério da Saúde sobre uso da medicação. O partido soliciou que o governo federal não seja autorizado a “indicação e promoção” do uso de medicamentos que não tenham eficácia comprovada no tratamento da covid-19.

"A lamentar um grupo de senadores do PT que entraram com um requerimento para que o nosso entendimento deixe de ser válido. Quer fazer com que o pobre não tenha acesso a cloroquina. O protocolo do ministro anterior do anterior só poderia fazer uso em casos graves", disse em referência ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

O presidente voltou a defender o fim das medidas de isolamento e pregou uma "volta responsável" ao trabalho, que, seria obtida, segundo ele, com o uso de máscaras.

"Nós temos que convencer o povo a usar a máscara. Se nós dizemos que evita o contágio, vão poder trabalhar de máscara. Se não puder trabalhar de máscara é sinal de que (a máscara) não funciona", disse, em live na internet.

As máscaras, porém, são uma medida para reduzir as chances de contágio, mas não impedem totalmente a transmissão do novo coronavírus. Em suas recomendações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta que as máscaras não impedem a contaminação e alerta para o risco de a pessoa ter uma falsa sensação de estar completamente protegida do vírus ao usá-la.

O presidente também se disse contra a aplicação de multas para quem não usar as máscaras e pregou o "convencimento" da população. "Todos têm a ganhar com a volta responsável ao serviço. O estado que tiver um plano de abertura radical, obrigando a máscara, sem multa, no convencimento, vai ser um governador reconhecido, porque a ansiedade por parte da população está enorme. A gente pede a Deus que cada governador tenha um plano para voltar a normalidade, que é competência deles", afirmou.

Com informações portal Correio Braziliense


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