16 de maio de 2020

"Politizaram a ciência", diz Mandetta sobre Bolsonaro e uso da cloroquina

Mandetta é entrevistado pela jornalista do Correio Denise Rothenburg
(Foto: TV Brasília/Reprodução)


Ao comentar a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, provocada em grande parte pela insistência do presidente Jair Bolsonaro em liberar o uso da cloroquina para todos os pacientes com covid-19, o ex-titular da pasta Luiz Henrique Mandetta afirmou que a ciência foi "politizada".

"Como eu disse, a eficácia (da cloroquina) não é comprovada. Mas, como politizaram a ciência, o que estamos vendo é a ciência política receitando a cloroquina", disse Mandetta, ao ser entrevistado ontem  (15/05) pela jornalista Denise Rotheburg no programa CB.Poder, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.

Segundo Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro busca passar a ideia de que há um remédio capaz de combater o coronavírus para que a população se sinta segura e seja possível afrouxar as medidas de isolamento social.

"Ele (Bolsonaro) quer ter um medicamento para as pessoas sentirem confiança, para retomar a economia. A cloroquina, usada para malária, é a principal delas porque é barata. Tem outros por aí, como o Ivomec, usado para gado, o Remdesivir, usado para a aids. Mas nenhum com a eficácia comprovada", afirmou.

O ex-ministro voltou a dizer também que a cloroquina não é um tratamento comprovadamente eficaz contra a covid-19 e alertou que, por causar taquicardia com frequência, é uma droga que traz riscos, especialmente para pessoas com problemas cardíacos.

Tempo perdido

Na entrevista, Mandetta disse que a saída de Teich passa a impressão que o país "perdeu um mês" de luta contra o coronavírus e que a única ação prática do seu sucessor foi exonerar uma equipe que vinha trabalhando para conter a pandemia. O ex-ministro negou ainda que exista um plano para que ele e Sergio Moro, outro ex-ministro de Bolsonaro, formem uma chapa nas eleições de 2022.

Com informações portal Correio Braziliense


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