10 de setembro de 2016

Por que escolas do Interior colocam o Ceará em destaque no Ideb

Aulas de reforço, projetos de alfabetização, gratificação aos docentes, parceria entre família e escola. A receita não é tão complicada. Mas exige comprometimento, diálogo e estratégias pedagógicas. Escolas municipais cearenses obtiveram excelentes resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com destaque nacional. O Interior toma novos rumos educacionais.

Em depoimentos de pais, professores, gestores e alunos, é possível perceber que houve grandes mudanças em poucos anos e que há muita vontade de atingir percentuais ainda mais altos nas avaliações que formam o Ideb.

“Há oito anos, a escola estava entre as piores do Estado”, cita o coordenador pedagógico da Educação de Brejo Santo, Jucélio de Santos, sobre a Escola de Ensino Fundamental (EEF) Historiador Padre Antônio Gomes de Araújo. A escola é a terceira do País, do 6º ao 9º ano. A Cidade, que está entre as dez principais médias do Ideb no Ceará, apostou no cumprimento de todos os dias letivos, no respeito à aprendizagem de cada aula e no pioneirismo.

“No Ceará, o Paic (Programa de Alfabetização na Idade Certa) foi implementado entre o 6º e o 9º ano apenas em 2016. Em Brejo Santo, o programa já faz parte destas séries desde 2012”, conta. Parte do programa é a formação de professores, com o auxílio de um profissional da Secretaria da Educação que vai às escolas, identifica fragilidades e busca soluções junto aos docentes.

Com o objetivo de ser arquiteta, Weslainy Saraiva, 13, aluna do 7º ano em Brejo Santo, diz que a persistência dos professores em ensinar é um grande diferencial. “E eles são amigos, isso faz a gente se sentir mais à vontade no aprendizado, nos faz se interessar mais”, relata.

“Eu só quero que eles aprendam o que não apreendi. E a escola parece fazer isso, porque minha filha só sabe dizer que lá é tudo de bom”, afirma a doméstica Fátima Maria de Sousa, 48. Para ela, o aprendizado é perceptível no repasse das informações. “Minha mais velha chega empolgada para ensinar tudo para mim”, diz.

Em Sobral, a professora do 5º ano na Escola Emílio Sendim (primeira do Brasil na avaliação do Ideb do 1º ao 5º ano), Ana Fábia Barbosa, avalia que uma das ações que fortaleceram o processo de aprendizagem foi a gratificação aos professores a partir dos resultados de avaliações junto aos alunos. “O compromisso fica ainda mais sólido porque a gente quer dar conta do recado”, comenta.

Em Massapê, o projeto Aprenda pra Valer, que auxilia alunos que não foram alfabetizados na idade certa, pode ter feito a EEF Francisco Severo de Araújo estar na quinta colocação nacional do Ideb entre o 1º e o 5º ano. “Identificamos a deficiência dos meninos e corremos atrás. Chamamos os pais, passamos a dificuldades e dissemos que precisávamos deles. Deu certo”, afirma a diretora da escola, Valda Sousa Oliveira.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é divulgado a cada dois anos desde 2005 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O objetivo é mensurar o desempenho do sistema educacional brasileiro a partir da combinação entre os resultados obtidos pelos estudantes em avaliações de larga escala (Prova Brasil e Saeb) e a taxa de aprovação. Esse último fator tem influência na eficiência do fluxo escolar, ou seja, na progressão dos estudantes entre etapas/anos.

O cálculo do índice leva em conta o desempenho dos alunos nas provas de língua portuguesa e matemática (0 a 10) multiplicadas pelas taxas percentuais de aprovação.

Algumas ações que fizeram a diferença em escolas do Interior:
Cumprimento de dias letivos; 
Gestão atuante Diálogo com professores;
Formação de professores;
Fortalecimento da prática de leitura;
Protagonismo juvenil;
Grupos de estudo;
Abertura da escola aos fins de semana;
Contraturno escolar;
Planejamento coletivo;
Monitoramento de faltas;
Estabelecimento de metas;
Aulas de reforço;
Valorização de professores;
Participação familiar;
Foco em produção textual;
Visitas domiciliares;
Trabalho em rede.

Com informações O Povo Online

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