17 de outubro de 2018

Bolsonaro usa imagens de Cid em propaganda; Haddad minimiza ataques

Cid Gomes no programa de TV do candidato do PSL (imagem capturada do vídeo)
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, explorou ontem (16/10) as críticas feitas pelo ex-governador cearense e senador eleito Cid Gomes contra o PT em seu programa eleitoral na TV. O episódio ocupou cerca de 1 minuto e 40 segundos, de um total de 5 minutos do programa.

Em ato a favor da candidatura do presidenciável Fernando Haddad (PT) na segunda-feira, 15, com petistas, o irmão do presidenciável derrotado Ciro Gomes, também do PDT, disse que o PT deveria fazer uma "mea culpa" e assumir que "fez besteiras". Nesse momento, Cid passou a ser vaiado por parte dos militantes.

"Cid Gomes, irmão de Ciro Gomes, fala a verdade que o PT não aceita", diz a abertura do programa veiculado ontem pela campanha de Bolsonaro. Logo depois, o vídeo pula para o momento em que Cid afirma que o PT precisa "pedir desculpas" e "ter humildade" para reconhecer que "fez besteira".

À Folha de S. Paulo, Cid afirmou que não autorizou o uso de sua imagem e que estuda medidas judiciais cabíveis contra a inclusão de sua imagem na propaganda de Bolsonaro. O POVO tentou contato com a assessoria de comunicação do ex-governador do Ceará, mas até o fechamento desta página não obteve retorno.

Ontem (16/10), em seu Facebook, Cid voltou a cobrar autocrítica do PT. Por outro lado, escreveu na rede social que Haddad é "infinitamente melhor que o Bolsonaro".

O presidenciável petista classificou como uma "coisa meio acalorada" as críticas feitas por Cid. "Não vou ficar comentando isso até porque eu tenho uma amizade com o Cid, ele fez elogios à minha pessoa", disse Haddad na manhã de ontem. O petista declarou que preferia ver o lado "positivo" das declarações do pedetista e que a amizade entre os dois continuaria a mesma.

O assunto repercutiu entre lideranças políticas locais. Em entrevista à rádio O POVO CBN, o deputado federal José Guimarães (PT), coordenador da campanha de Haddad no Ceará, classificou a fala de Cid na segunda-feira como "inoportuna" e "desrespeitosa".

Para ele, houve desrespeito inclusive com o governador Camilo Santana (PT), organizador do evento. "Não é razoável, em um momento desses, você apontar o dedo na cara de ninguém, o momento é de união para derrotar o fascismo, a direita e aqueles que não têm compromisso democrático algum com o País", defendeu.

Na noite de segunda-feira, Guimarães já havia comentado os ataques de Cid. "Tá na hora mesmo de fazermos um balanço desde 2006, e se for o caminho da separação que façamos com respeito mútuo", afirmou, em menção à aliança antiga do PT com os Ferreira Gomes.

O presidente regional do PDT, André Figueiredo, afirmou que "o PDT já na reunião da executiva passada deixou muito claro que ia pra oposição independente do candidato eleito (para a Presidência)."

Segundo ele, a postura do PDT continuaria a mesma. "Não mudou nada, o partido tomou uma posição institucional de apoio crítico à candidatura do Haddad e assim está sendo feito". Entretanto, desconsidera que os reclames de Cid tenham se caracterizado como negativa de aproximação com Haddad. 

"Talvez pela contundência do pronunciamento do Cid tenha evidentemente ligado um sinal de alerta, como se não fôssemos dar o apoio, mas claro que vamos dar o apoio ao Haddad", garantiu.

Com informações portal O Povo Online

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