28 de março de 2020

Governadores do NE manifestam indignação com Bolsonaro


Após reunião na tarde de ontem (27/03), governadores do Nordeste divulgaram carta na qual manifestam "profunda indignação" com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por apoiar ações contra o isolamento social, principal medida até agora no combate ao novo coronavírus.

"Manifestamos nossa profunda indignação com a postura do Governo Federal, que contraria a orientação de entidades de reconhecida respeitabilidade, como a OMS", assinam os chefes de Executivo.

Para eles, as recomendações da Organização Mundial da Saúde "indicam o isolamento social como melhor forma de conter o avanço" da doença. O presidente, continuam os gestores, "promove campanha de comunicação no sentido contrário, estimulando, inclusive, carreatas por todo o país contra a quarentena. Este tipo de iniciativa representa um verdadeiro atentado à vida".

O documento foi divulgado ao fim do encontro, realizado por videoconferência. É a terceira reunião de governadores apenas nesta semana. Na carta, eles também reafirmam medidas já tomadas até agora contra a covid-19 e garantem que, "com bom senso e equilíbrio", irão permanecer "orientados pela ciência e pela experiência mundial, para nortear todas as medidas, diariamente avaliadas, nesta guerra travada contra o coronavírus".

A estratégia do Planalto vai na contramão do esforço mundial para o combate à propagação da doença e mantém o Governo Federal em embate permanente com governadores. Ontem, Bolsonaro voltou a pedir o fim do isolamento social como método para conter o avanço do novo coronavírus, repetiu críticas a governadores e afirmou que "infelizmente" alguns brasileiros irão morrer ao contrair a doença.

"Infelizmente algumas mortes terão, paciência, acontece, e vamos tocar o barco. As consequências, depois dessas medidas equivocadas, vão ser muito mais danosas do que o próprio vírus", disse o presidente em entrevista ao apresentador José Luiz Datena durante programa Brasil Urgente, da Band.

Na terça-feira, 24, Bolsonaro fez pronunciamento em rede nacional de rádio e TV pregando a reabertura de escolas e do comércio. Na quinta, 26, o Planalto lançou campanha publicitária chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social.

"Tá errado esse método do confinamento, mas os governadores têm liberdade para fazer isso aí. Tá faltando bom senso por parte de algumas autoridades do Executivo estaduais e municipais", afirmou.

A carta dos gestores do Nordeste não foi a única ação contra as atitudes e a postura de Bolsonaro. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez discurso repleto de críticas a Bolsonaro em resposta à campanha em defesa da retomada das atividades comerciais do País. "O Brasil precisa discutir quem será o fiador das mortes no Brasil", disse Doria durante vistoria das obras do hospital de campanha que está sendo construído no Estádio do Pacaembu.

Na madrugada de ontem, Doria registrou um boletim de ocorrência após receber telefonema com ameaças de morte, segundo informou o Palácio dos Bandeirantes. A segurança do governador foi reforçada e a Polícia Civil apura a origem da ameaça. O governador paulista acusou o chamado "gabinete do ódio", grupo de assessores que trabalha no Palácio do Planalto, de orquestrar a série de ameaças que disse ter recebido na noite anteontem.

Nota
Nota conjunta assinada por CNBB, OAB, Academia Brasileira de Ciências (ABC) e outras entidades pede para a população ficar em casa, "respeitando recomendações da ciência, dos profissionais de saúde e da experiência internacional."

Com informações portal O Povo Online

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