25 de junho de 2011

Ano com chuvas acima da média garante excelente safra


O açude Orós é um dos que sangraram com as boas
chuvas deste ano no Ceará – foto Rafael Cavalcante
Não se via tanto milho, feijão e arroz no interior cearense há, pelo menos, 15 anos. O balanço da quadra chuvosa de 2011 foi divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) ontem (24/11) e trouxe boas novas: no litoral Norte e de Fortaleza, no Cariri e no Sertão Central e dos Inhamuns, as chuvas entre fevereiro e maio deste ano ultrapassaram a média histórica. O resultado, além dos 29 açudes que sangraram, é a esperança do agricultor e do consumidor: a safra promete ser quase 25% maior do que o último recorde, em 2006.

A macrorregião com volume de chuvas mais surpreendente foi o Cariri, com desvio positivo de 11,9% em relação à média história. Quem ficou bem abaixo da média foi o Maciço de Baturité, com 14,3% negativos. Mas mesmo os menos agraciados foram salvos pelas chuvas de janeiro. Portanto o Maciço pode esperar boa colheita para este ano. O milho deverá contribuir com cerca de 70% da produção agrícola cearense.

Quando consideramos as chuvas-surpresa de janeiro, todas as macrorregiões cearenses apresentação números acima da média histórica. No Litoral de Fortaleza, em janeiro, choveu 383,4% acima do normal. O Cariri, em controverso, foi a localidade onde janeiro surpreendeu menos.

“As chuvas foram bem abundantes, bem distribuídas e com poucos veranicos (períodos de estiagem iguais ou superiores a quinze dias)”, esclarece Namir Mello, meteorologista da Funceme. Em algumas poucas localidades, no entanto, os escassos veranicos provocaram quebras de safra.

As chuvas regulares e bem servidas de janeiro a maio anunciam recorde em colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2011 no Ceará. O último relatório elaborado pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) diz que a safra deve ser 22,7% maior que a de 2006, o último recorde. Milho, feijão e arroz encabeçam a lista dos cereais garantidos.

Pelos municípios afora, dos 134 açudes monitorados, 29 sangraram, inclusive o Orós, no Alto Jaguaribe, segundo maior reservatório de água do Estado. 40 estão com volume acima dos 90%. O Ceará reserva 84,7% da capacidade em açudes. As bacias Baixo Jaguaribe, Litoral, Coreaú, Acaraú, Alto Jaguaribe, Curu, Salgado, Banabuiú, Parnaíba e Médio Jaguaribe tiveram acréscimo no volume de água de 20,5% a 66,5%. Madeiro, Quixabinha e Atalho são os únicos açudes com menos de 30% da capacidade. No ano passado, apenas cinco açudes sangraram.

As consequências da quadra chuvosa cearense dão esperança e tranquilidade a agricultores e consumidores. Desde as precipitações surpresas em janeiro até o mês de maio, quando as chuvas começaram a arrefecer, os dias nublados trouxeram frutos.

BALANÇO DO ANO

Chuvas de janeiro a maio no Ceará:

Litoral Norte - 1.238,3 mm

Litoral do Pecém - 947,1 mm

Litoral de Fortaleza - 1.386,5 mm

Maciço de Baturité - 1.072 mm

Ibiapaba - 156 mm

Jaguaribana - 142,9 mm

Cariri - 141,5 mm

Sertão Central e Inhamuns - 157,2 mm

O Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) é colegiado formado por instituições governamentais e não governamentais como a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).

Com informações o Povo Online

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