20 de novembro de 2021

Imprensa internacional e ONGs ambientais criticam Bolsonaro por desmatamento na Amazônia

 

O levantamento do Inpe demonstra que a área desmatada na Amazônia foi de 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021 (Foto: Renato Grandelle)

A imprensa internacional e Organizações Não Governamentais que atuam na preservação ambiental repercutiram os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta quinta-feira, 18, que apontam a alta de 22% do desmatamento da Amazônia no último ano. As críticas se dirigiram principalmente ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), culpabilizando o mandatário por sua inação na proteção da maior floresta tropical do mundo.

O levantamento do Inpe demonstra que a área desmatada na Amazônia foi de 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, atingindo o maior índice em 15 anos. As informações impactaram a mídia europeia, fazendo jornais, como o britânico The Guardian, questionarem as metas que o Brasil prometeu alcançar durante a COP-26, a conferência do clima da ONU, que aconteceu recentemente em Glasgow.

Na manchete, o periódico traz: “Desmatamento na Amazônia Brasileira está em maior nível desde 2006”. A matéria expõe que “fontes do jornal com conhecimento no assunto confirmaram que o governo tinha os dados em mão, antes da cúpula da ONU acontecer”.

Bolsonaro não foi à COP-26. O representante brasileiro foi o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Em vídeo enviando à conferência, no entanto, o presidente traçou metas como a redução de gases poluentes, de 43% para 50%, até 2030, e o desmatamento ilegal zero, de 2030 para 2028. Promessas contraditórias se comparadas às últimas falas de Bolsonaro, que em viagem recente a Dubai declarou que a Amazônia "não pega fogo". Fala que também repercutiu negativamente, gerando mais polêmicas em volta do posicionamento do mandatário.

O jornal francês Le Monde também deu destaque para a mesma questão, desacreditando as promessas de Bolsonaro do Brasil durante a conferência climática. “A maior floresta tropical do mundo continua encolhendo, apesar das promessas feitas pelo governo de Jair Bolsonaro na COP26”, diz a reportagem. O periódico também fez menção às críticas mundiais que o presidente recebe pela defesa de atividades ilegais que impactam na proteção da Amazônia.

“Este é o terceiro ano consecutivo que o desmatamento aumenta desde a ascensão ao poder do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que é criticado internacionalmente por enfraquecer a vigilância dos ecossistemas amazônicos e defender atividades extrativistas em áreas protegidas”, afirma o jornal.

Já o espanhol El País destacou o sigilo que Bolsonaro impôs aos dados, e a contradição do mandatário ao afirmar que “não tolera ilegalidades na Amazônia”, quando os números do Inpe mostram o oposto.

"O governo Bolsonaro insiste em proclamar que não vai tolerar atividades ilegais na Amazônia, mas basta ir até lá para ser testemunha da velocidade em que avança o desmatamento, a ocupação de terras para a criação de gado e as invasões de mineiros em reservas indígenas", dizia o parágrafo final da reportagem. 

ONGs de proteção ambiental também pautaram os dados do Inpe sobre o aumento na devastação da floresta brasileira e não pouparam críticas ao governo bolsonarista. O Greenpeace foi uma das organizações de ativismo ambiental que repercutiu o assunto. A ONG, como os jornais europeus, também mencionou a participação vexatória dos país na COP-26.

“Em média, nos últimos três anos (do Brasil) sob Bolsonaro houve um aumento de 52,9% em comparação com os três anos anteriores (2016-2018). O anúncio (do aumento de desmatamento na Amazônia) vem uma semana após a COP26, onde o governo brasileiro tentou limpar sua imagem, assinando compromissos e anunciando metas pouco ambiciosas", diz o site oficial do Greenpeace.

A World Wild Fund for Nature (WWF) traz, em seu portal internacional, a fala do executivo que é braço brasileiro da ONG, Maurício Voivodic, em destaque. Na declaração, o ativista acusa Bolsonaro de greenwashing”, prática comum em empresas, nesse caso no governo, de fazer propaganda enganosa, dizendo promover boas práticas ambientais, com intuito de aumentar o engajamento da sua imagem.

“Esse é o Brasil real que o governo Bolsonaro tenta esconder com discursos imaginários e iniciativas de greenwashing no exterior. O que a realidade mostra é que o governo Bolsonaro acelerou o curso da destruição da Amazônia”, diz Voivodic.

Com informações portal O Povo Online

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