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| O ex-prefeito terá como parceiro de chapa o ex-presidente do TCM, Domingos Filho (Foto: Thais Mesquita) |
O candidato a governador enfatizou que o objetivo ainda é ter Camilo como candidato a senador pela legenda. Em caso de o fim da aliança entre as siglas se confirmar, o ex-prefeito considera que a responsabilidade é do PT. "Toda disposição nossa é de continuar conversando com o PT. Se houver a decisão de não construir aliança conosco, é decisão unilateral do PT", afirmou em entrevista coletiva.
O pronunciamento serviu de resposta à resolução aprovada na última terça-feira, 19, pela direção petista no Ceará. O documento considera que a aliança entre as siglas, em curso desde 2006, foi rompida "tácita e unilateralmente" pelo PDT, devido à decisão do partido de lançar Roberto Cláudio como candidato a governador. "Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só", disse o texto.
O discurso do candidato foi reforçado por dirigentes pedetistas. "Ele (Camilo) é o nosso candidato ao Senado, só depende dele", disse o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. "Se ele não quiser o nosso voto, nós não podemos fazer nada." Ele ainda afirmou: "Só quem não tiver inteligência e amor pelo povo do Ceará vai dividir esse projeto."
Roberto Cláudio foi lançado candidato em meio às divisões internas na base governista, intensificadas após a derrota da governadora Izolda Cela (PDT) no processo de pré-candidatura do partido. Na última segunda-feira, 18, o diretório estadual da sigla escolheu o ex-prefeito para disputar o Governo do Estado. A decisão causou incômodo no PT que, desde então, articula uma candidatura alternativa com grande participação de Camilo nos bastidores.
A solenidade também evidenciou as divisões partidárias e familiares. Ciro Gomes foi uma das estrela da convenção, ao lado da irmã e pré-candidata a deputada estadual, Lia Gomes. Outros dois dos irmãos, o senador Cid Gomes e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, ficaram ausentes. Membros do PDT como a governadora Izolda Cela e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Evandro Leitão, também não compareceram.
O presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo, negou que o partido esteja dividido. "O PDT não está rachado". O deputado também minimizou a ausência de Cid e lembrou que, em 2018, ele também não participou da convenção, na qual era lançado candidato a senador. Na época, foi apontada indisposição. "Em 2018, com todo respeito, o então candidato ao Senado Cid Gomes não foi para a convenção. Não significa a não presença dele como racha", disse. "O senador Cid Gomes certamente estará conosco, porque ele é um homem de partido."
Sobre Izolda, André disse que ela foi convidada, mas, diante da situação, a ausência — que se confirmou — seria compreendida. "A governadora Izolda sempre terá nosso respeito. É uma mulher serena, competente. Ela foi convidada. Caso não venha, também será compreendida a ausência dela."
O presidente pedetista reforçou que conversas continuariam ocorrendo. "Caso realmente não aconteça (a aliança), estaremos prontos para o embate, não tem problema", disse. "Esperamos ainda que o bom senso prevaleça", afirmou sobre a perspectiva de entendimento.
Em coletiva, Roberto Cláudio disse que ainda quer conversar Izolda para dialogar em busca de apoio eleitoral. "Eu vou procurar a Izolda, ela é nossa governadora, governadora do PDT, participou conosco dessa dinâmica e, como eu e o Evandro e o Mauro, sinalizou publicamente mais de uma vez que, qualquer que fosse o desfecho do PDT, ela estaria junto. Eu conto muito com a participação dela."
Vice
na chapa de RC, Domingos Filho (PSD) também defendeu que a governadora esteja
presente na campanha do ex-prefeito. Em discurso, o presidente estadual do PSD
fez ainda referência a Cid. "Nesse palanque está faltando ele e a falta
dele tá doendo em mim", disse, em alusão ao clássico da música brasileira
Naquela Mesa, de Sergio Bittencourt. Domingos acrescentou: "Tenho certeza
que o Cid vem já já".
Com
informações portal O Povo Online
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sobre Camilo: "Desertou por um carguinho de ministro"
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