13 de setembro de 2022

Candidatos participam de debate do grupo O Povo

Capitão Wagner, Elmano Freitas e Roberto Cláudio debateram durante cerca de uma hora e meia (Foto: Fco Fontenele)

Marcado por apresentação de propostas e discussão acirrada sobre "padrinhos" políticos na campanha para governador do Ceará, o debate realizado na sede da OAB-CE foi transmitido nas plataformas digitais do O POVO na tarde de ontem (12/09) foi polarizado pelos candidatos Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT).

Enquanto os ex-aliados investiram num enfrentamento direto, trocando farpas sobre a influência de figuras como Ciro Gomes (PDT), Camilo Santana (PT), Luizianne Lins (PT), Eunício Oliveira (MDB) e José Sarto (PDT), o oposicionista Capitão Wagner (União Brasil) se manteve afastado dessa queda de braço.

Ao longo de mais de uma hora de discussão, o evento, mediado pelos jornalistas Maísa Vasconcelos e Marcos Tardin e realizado em parceria com a OAB-CE, contou com trechos de muita tensão entre Elmano e RC. Os dois elevaram a temperatura, escalando os ataques dirigidos um ao outro.

Num desses momentos, o ex-prefeito de Fortaleza criticou Elmano na briga pelo Abolição. "A verdade é que agora o Elmano se liga ao Camilo e ao Lula por um certo oportunismo eleitoral, mas o povo não esquece que você foi o mesmo gestor da ex-prefeita Luizianne Lins", disse.

O petista rebateu afirmando que RC teria "obsessão" por Luizianne. "Você viaja pelo Ceará inteiro e não vê problema na saúde de Fortaleza, não?", perguntou.

Ainda conforme ele, a capital cearense está "mal administrada", acrescentando na sequência que RC "é padrinho e apadrinhado do Sarto" e que "oportunismo eleitoral foi o seu, de derrotar uma mulher séria, a governadora Izolda, que tinha direito à reeleição".

No contragolpe, RC também colocou na mesa o nome de Eunício, ex-senador e hoje candidato a uma vaga na Câmara Federal. Em sua defesa, Elmano relembrou que o emedebista, que compõe a sua aliança em 2022, já esteve ao lado do pedetista na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.

Pouco acionado por Roberto Cláudio, Wagner conservou postura menos beligerante no debate, mesmo quando confrontado por Elmano sobre apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição neste ano.

"Nosso povo cearense vive um momento delicado. Graças ao seu presidente da República, Bolsonaro, nosso povo empobreceu, o dinheiro não chega no fim do mês e o nosso povo sofre muito", indicou Elmano em pergunta endereçada a Wagner.

O candidato do União Brasil então classificou o petista como "radical" e disse que, na sua campanha, não vai apelar para o "ódio". Em seguida, num recado para Camilo, assinalou que "padrinho político está aqui no processo eleitoral, mas, passada a eleição, ele vai embora".

Nos quatro blocos, Wagner evitou polemizar em torno de temas espinhosos, como a adesão de Bolsonaro, saindo-se com respostas sobre assuntos locais, num sinal de que pretende trabalhar preferencialmente nesse território temático.

Entre RC e ele, houve uma espécie de "pacto de não agressão" no início da contenda, rompido unicamente quando o trabalhista lançou questionamento sobre a proposta do "padrão FBI" que ele deseja executar caso seja eleito governador.

Além do tema dos "padrinhos", outro tópico bastante mobilizado no debate foi o da segurança. Elmano perguntou a Wagner sobre apoio a motim. Relator da CPI das associações militares na Assembleia Legislativa, ele declarou que o postulante havia sido "omisso" em relação à paralisação dos PMs no estado em 2020.

No curso do debate, apenas um pedido de direito de resposta foi registrado. Feito por RC depois de ter sido acusado de oportunismo eleitoral, foi negado pela comissão de análise.

A 20 dias do pleito, o encontro entre os três concorrentes foi importante para sinalizar estratégias adotadas pelos nomes mais competitivos num eventual segundo turno e também para permitir que os debatedores apresentassem propostas, como a da gratuidade da passagem intermunicipal (sugerida por Elmano e acatada por Wagner) e a ampliação do Raio (Roberto Cláudio).

Já de olho numa possível ida à próxima etapa, Elmano explorou bastante os vínculos entre Wagner e o bolsonarismo, chegando a citar indiretamente frase de Bolsonaro de que o povo do Ceará elegeria "um capitão lá e um cá".

RC foi mais incisivo com Elmano quase todo o tempo, especialmente quanto à apresentação do petista como candidato de Camilo e do ex-presidente Lula (PT). Roberto sugeriu ao adversário que se mostrasse sem esses apoios.

Embora o tom tenha sido mais duro desde o início da campanha pelo Governo, o debate se deu sem agressões pessoais, com respeito ao eleitorado cearense e espaço para reflexão sobre o perfil de cada um dos concorrentes.

Com informações portal O Povo Online

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