11 de setembro de 2022

Golpismo sem-cerimônia, por Jocélio Leal

Vista parcial da Praça Portugal em Fortaleza no ato de 7 de setembro (Foto: Aurélio Alves)

A percepção de um observador do mercado financeiro, com tráfego entre fortunas, sobre a elite econômica dos estados do Nordeste, é clara quanto ao alinhamento com o presidente Bolsonaro. "Ficam repetindo os bordões, a desconfiança das urnas, do STF e etc. Mantêm firme a esperança de Bolsonaro virar o jogo no segundo turno. Quando confrontados com as pesquisas e a maior possibilidade de Lula ganhar, a maioria fala abertamente que prefere o golpe". Não precisa ser eleitor de Lula para ficar triste. A questão não é partidária. Vai muito além.

Quando os movimentos de rua (e praça) surgiram, ante a fase claudicante da economia na Era Dilma, eles eram legítimos e surpreenderam a esquerda brasileira, outrora dona do mando de campo. Os discursos eram amarelados, da cor das camisas. Em geral, apenas bem fracos. Mas as falas golpistas eram residuais. No mais das vezes, partiam de grupos formados por gente inculta e estranha que até hoje sugere intervenção militar.

Sectarismo desenvolto

Mas o sectarismo ganhou corpo, tal qual já havia em setores da militância petista. Emergiu na medida em que os movimentos aceitaram atribuir a um deputado do baixo clero, sem formação humanista - e afim dos incultos e estranhos - o papel de líder. E o elegeram. O que era coisa de grupelhos pessoa física foi ganhando progressão e sociedades anônimas (ou já nem tanto). A rejeição (legítima) ao PT foi incapaz de engendrar um projeto civilizado. Pouco exigentes, preferiram um arre(medo) de direita.

Amarga regressão a nossa. O ano é 2022. Em um mundo complexo, em profundas transformações na tecnologia, na relação como meio-ambiente e com as pessoas temos de discursar para defender a democracia.

Com informações portal O Povo Online

Publicado originalmente no

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