25 de setembro de 2011

10 anos da primeira cidade planejada do Ceará

Vista parcial da Nova Jaguaribara ainda em construção - foto divulgação Governo do Ceará

A primeira cidade planejada do Ceará completa hoje 10 anos. No dia 25 de setembro de 2001 teve início a história da Nova Jaguaribara, pois a a velha cidade foi demolida para dar lugar à barragem do Castanhão, o maior açude em região semiárida do mundo, principal fonte de abastecimento de água do Ceará, no ano seguinte a antiga Jaguaribara foi inundada pelas águas do Rio Jaguaribe. A nova cidade foi planejada para mais de 70 mil pessoas, mas pouco mais de 7 mil habitantes foram transferidos naquele ano.

Apesar propaganda do Governo do Estado nome da cidade permaneceu Jaguaribara, os habitantes chamavam-na de “Cidade Nova” e as peças publicitárias da época "Nova Jaguaribara".

A propaganda da mudança da população prometia uma Jaguaribara que se tornaria lugar ideal de desenvolvimento. Por um lado, trouxe dignidade a muitas famílias que nunca nem sonharam com a perspectiva de casa própria. O Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) fez cadastro as famílias, que tiveram direito a uma casa simples ou maior, conforme aquela que possuíam. Quem não tinha casa, mas podia provar que morava em Jaguaribara havia certo tempo ganhou uma residência nos moldes mais simples, as de mutirão.

Por outro lado, nenhum dos moradores estava pronto para a ruptura com o território, que começou a partir de 25 de setembro de 2001, a reclamação era generalizada.

O custo de construção, em 2001, foi de R$ 71.082.721,08. O sistema de saneamento é um aterro com 26 hectares, quatro estações elevatórias de esgoto e uma estação de tratamento, composta de três lagoas de estabilização.

Foram entregues 1.030 casas. Foi construído um mercado público, um matadouro, seis centros comerciais varejistas, dois centros comerciais atacadistas, agrupando juntos 100 lojas. Doze praças e um parque urbano, com arborização e paisagismo. Duas igrejas católicas, sendo uma delas réplica da igreja da cidade antiga, uma igreja evangélica e o cemitério. Um Liceu, uma escola com oito salas de aula, duas creches e duas quadras esportivas. Um posto policial, uma delegacia distrital, um hospital com 30 leitos e um centro de saúde.

A alcunha cidade-fantasma é usada de forma recorrente pelos moradores entrevistados para definir as ruas depois das 20 horas. Com vias muito largas e retornos extensos, a sensação remete a um tipo de solidão. Diferentemente da cidade antiga, onde maioria das casas eram conjugadas.

Reflexo de uma cidade planejada para mais gente do que há hoje. A população de pouco mais de 8.500 habitantes é pequena para a cidade desenhada para 70 mil. Pior, a arrecadação e as transferências constitucionais correspondentes não sustentam a estrutura. Ao longo das gestões que já passaram nesses 10 anos, muitos dos equipamentos foram fechados ou abandonados.

Com informações portal O Povo Online

Saiba mais:

http://www.blogdealtaneira.com.br/2010/09/a-cidade-que-mudou-de-lugar-para.html

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