23 de julho de 2018

Bolsonaro é confirmado como candidato do PSL à Presidência da República

Na convenção Bolsonaro voltou a atacar o candidato tucano (Foto: Carl de Souza)
O deputado federal Jair Bolsonaro foi confirmado ontem (22/07) como candidato do PSL à Presidência da República. Amargurado com a falta de apoio dos partidos, voltou a reclamar de adversários e criticou Geraldo Alckmin (PSDB) mais uma vez, como havia feito no último sábado. Com discurso mais inflamado, o capitão da reserva chorou e disparou muitas frases de efeito. Acenou para as mulheres — parte da população que mais rejeita seu nome nas pesquisas —, criticou a imprensa e afirmou ser o “patinho feio” dessas eleições.

Bolsonaro disse que o governo terá realismo para enfrentar as questões do cenário atual e prometeu fundir os ministérios da Fazenda e do Planejamento, assim como os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, “para acabar com essa briga”. Sobre as privatizações, o presidenciável disse que é a favor de boas parcerias. “Eu sou o patinho feio nessa história, mas que tenho certeza: seremos bonitos brevemente”, declarou, negando o título de “salvador da pátria”.

De acordo com Bolsonaro, “o que está em jogo nesse momento que se aproxima é o destino dessa grande nação chamada Brasil”. Ele também disse causar “desconforto naquilo que chamam de establishment” e voltou atacar o candidato tucano. “Quero agradecer a Geraldo Alckmin por ter juntado a nata do que há de pior no Brasil ao seu lado”, repetiu, sobre as alianças de Alckmin com o centrão.

As críticas mostram que Bolsonaro não conseguiu se esquecer do incômodo de ter perdido o PR, de Valdemar Costa Neto — cujo apoio foi decisivo para colocar o partido rumo a Alckmin; e sinalizam a percepção do parlamentar de que o tucano poderá ter força para disputar o segundo turno. 

“Quando assumiu a candidatura, Bolsonaro achava que disputaria com o PT. Seria mais fácil para ele brigar com Lula, cujo partido sofreu com os escândalos da Lava-Jato e vem de um processo de impeachment”, explica o cientista político Carlos Morais, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).

“Todos os cenários mostram a possibilidade real de Bolsonaro chegar ao segundo turno. O que ele não quer é ter que se preocupar com Alckmins e Ciros. A briga dele com a esquerda era uma das coisas que balanceava as medidas com Lula. Os próximos passos será colocar a militância para trabalhar, já que o PSL não tem nem dinheiro nem tempo de tevê para competir com os grandes. O negócio, daqui para frente, são as redes sociais”, completou Morais.

Embora tenham grande abrangência na internet, as contas de Bolsonaro são recheadas de seguidores fantasmas. Segundo levantamento divulgado em junho, 33% dos perfis (cerca de 400 mil “pessoas”) que seguem o Bolsonaro (PSL) são falsos, controlados por computadores.

Vices
Convidados para serem vices de Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR) e o general Augusto Heleno (PRP) estiveram na convenção do PSL. A advogada e militante Janaína Paschoal (PSL), outra cotada para ocupar o cargo, também apareceu e fez discurso. Ela ainda não foi oficialmente convidada para compor a legenda com o deputado, mas disse que, caso isso se tornasse realidade, eles formariam uma chapa de peso.

Janaína foi colocada em último plano pelo partido, que tem dificuldades de encontrar alguém para disputar o Planalto junto com Bolsonaro. A união dos dois não traria vantagens de fato (tempo de tevê e dinheiro do Fundo Eleitoral), já que eles são do mesmo partido. A advogada chegou na convenção acompanhada de fãs. Ultimamente, reativou suas contas nas redes sociais e tem postado selfies e comentários com mais frequência. Janaína foi uma das pessoas que protocolou a ação que resultou no impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Com informações portal Correio Brasiliense


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