14 de fevereiro de 2024

Governadores dos maiores colégios eleitorais mantém distância de escândalo golpista

Cláudio Castro (Rio de Janeiro),Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas Gerais) são de oposição e aliados declarados do ex-presidente Bolsonaro (Foto: Reprodução/Facebook)

Os governadores dos três maiores colégios eleitorais do país saem do carnaval equilibrando pratos. Se, por um lado, precisam manter a base mobilizada para as eleições municipais — e, para alguns, a de 2026 —, também necessitam evitar desgaste com o eleitor moderado e alimentar o diálogo com o governo federal. Todos são de oposição e aliados declarados do ex-presidente Jair Bolsonaro: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Para eles, o cenário pós-carnaval é desafiador. A megaoperação da Polícia Federal (PF) que mirou Bolsonaro, militares e ministros do governo anterior na semana passada os colocou em uma posição delicada. Eles evitaram se manifestar, seja a favor do ex-presidente, seja da atuação da PF. Bolsonaro, por sua vez, promete fazer barulho e convoca aliados em sua defesa.

Tarcísio foi o governador mais pressionado após a operação. O governo de São Paulo afastou o major da reserva Angelo Martins Denicoli, que atuava como assessor especial da Prodesp, uma empresa pública estadual de Tecnologia da Informação (TI). Denicoli é um dos alvos da Tempus Veritatis, que investiga a preparação de um golpe de Estado no círculo próximo de Bolsonaro. Segundo os investigadores, ele atuou em um esquema para divulgar notícias falsas sobre o sistema eleitoral. Tarcísio também é cobrado por bolsonaristas a prestar apoio público ao ex-presidente, e enfrentou críticas após ter subido em palanque com Lula e elogiado o PAC.

O coronel aposentado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, que foi indicado por Bolsonaro para ser vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB) à reeleição como prefeito de São Paulo, publicou nas redes um vídeo com cobranças durante o fim de semana, marcando o perfil de Tarcísio. "Os governadores têm uma responsabilidade muito grande. Muitos foram eleitos nas costas do Bolsonaro", disse o ex-comandante da Rota, considerada a tropa de elite da PM de São Paulo. "Cadê o povo da direita se manifestando?", acrescentou.

Tarcísio também é pressionado a participar da manifestação convocada por Bolsonaro para 25 de fevereiro na capital paulista. O ex-ministro e governador paulista é tido como principal aposta da direita, no momento, para 2026, mas seu afastamento da ala mais radical do bolsonarismo vem causando insatisfação no entorno do ex-presidente. Mesmo mantendo apoio ao ex-chefe, a gravidade das acusações e das provas coletadas pela PF pode fazer com que Tarcísio se distancie ainda mais do aliado.

Cláudio Castro, por sua vez, enfrenta uma situação mais turbulenta eleitoralmente. Ele é do PL, partido em cuja sede foram encontradas minutas golpistas, e que teve seu presidente, Valdemar da Costa Neto, preso. Mesmo antes disso, o futuro da legenda no Rio já era incerto após o principal nome à prefeitura carioca, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ser alvo de outra operação da PF, que investiga a criação de uma estrutura paralela dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Há dúvidas agora sobre a viabilidade da candidatura de Ramagem, e falta uma alternativa forte para substituí-lo.

Romeu Zema é outro governador que não se manifestou sobre a operação contra Bolsonaro. Curiosamente, ele estava ao lado do presidente Lula no dia em que ela foi deflagrada, quinta-feira passada.

Do trio de opositores no Sudeste, Zema é o governador que mais atacou a gestão federal, especialmente no ano passado. Porém, acumula acenos ao eleitorado radical, garantindo recentemente que as vacinas não serão obrigatórias para alunos da rede estadual de educação — gerando críticas do governo federal. O governador mantém sua intenção de concorrer em 2026.

Com informações portal Correio Braziliense

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