14 de novembro de 2013

Cine Holliúdy chega às salas do Sudeste

Cine Holliúdy, o filme que ‘butou pra discatitar’. “Ou seja, ‘butou pra voá as banda’. Entendeu?”, pergunta o ator Edmilson Filho, protagonista do longa de Halder Gomes. “Vou esclarecer: é que botou para quebrar.”

De fato. O filme chega amanhã aos cinemas do Sudeste e Centro-Oeste com a marca de R$ 4,5 milhões arrecadados, público de 446 mil, e como o único a bater a bilheteria de Titanic no Ceará, mantendo a média de 2,3 mil espectadores por cópia. 


Trajetória impressionante para um filme de baixo orçamento (R$ 1 milhão), rodado totalmente no Nordeste, e que conta a história de um homem comum. Ou quase. A trama de Cine Holliúdy se passa nos anos 70 e narra a saga de Francisgleydisson, dono de um cinema no interior do Ceará, apaixonado pela sétima arte. Tanto que, ao ver a TV chegar à cidade, teme que o cinema seja abandonado e decide fazer o impossível para mantê-lo vivo. 

Há algo de Cinema Paradiso e Amarcord do sertão em Cine Holliúdy, estrelado por atores cearenses que não são conhecidos do grande público de TV e falado em ‘cearensês’. Sim, o filme é exibido com legendas em português. “No começo, ia legendar só algumas partes. Mas o Bruno Wainer, da Downtown, a distribuidora, começou a fazer sessões no Sudeste e o pessoal não entendia muito. Ele me aconselhou a legendar tudo. Deu certo”, conta o diretor Halder Gomes, que é cearense e sempre sonhou em trabalhar com cinema, mas antes se formou em administração de empresas, fez pós-graduação em marketing e foi dono de academias de artes marciais.

Para o diretor, um dos motivos do sucesso de Cine Holliúdy é o fato de se tratar de um filme cearense feito por cearenses. “O público se reconheceu na tela. O nordestino da TV, das novelas, em geral, não é o real. Então, quando o Nordeste se vê na TV, não se reconhece”, comenta o diretor. “O Brasil é imenso. Há tantas culturas no Nordeste. Quando um cearense se vê numa novela, vira pro pernambucano e diz: ‘Macho, é tu ali?’ E o pernambucano responde: ‘Cabra, não sou eu não’”, brinca.

Por ter em seu DNA este humor escrachado típico do Ceará, que já presenteou o Brasil com tantos talentos (Chico Anysio, Renato Aragão, Falcão...), pode passar a impressão de que Cine Holliúdy é um filme de nicho. “Pelo contrário. Este filme é para o ‘canelau’, pro povão. Humor é universal”, comenta o humorista Marcondes Falcão, que na trama vive o Cego Isaías. Para Falcão, a verdadeira unidade nacional do Brasil é a irreverência. “O brasileiro é moleque, sacana. A grande sacada deste filme é abrir um filão dentro do próprio cinema brasileiro, que é fazer este tipo de humor que ‘desce de lá para cá’”, diz.

É este filão que Halder pretende conquistar com a estreia de Cine Holliúdy com 40 cópias em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e Vitória. “Quero que seja visto por todos. Mas também quero que chegue a muitos dos 40 milhões de nordestinos saudosos que vivem no Sudeste. Há uma demanda imensa cultural, que só encontra alguma resposta com a música”, comenta Gomes.

Com informações O Povo Online

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