8 de novembro de 2013

ONG caririense preserva a memória de Beato José Lourenço e do Caldeirão

Foto: Ascom. ONG Beato José Lourenço
Em uma casa pequena na cidade de Juazeiro do Norte, uma família trabalha para resgatar e preservar a memória do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, capítulo marcante da cultura e história caririense. Através de fotos, livros, histórias e réplicas de objetos usados por moradores do Caldeirão, funciona, há mais de seis anos, a ONG Beato José Lourenço. Entre os fundadores estão os irmãos Pedro Andrade e Maria José de Sales, filhos de remanescentes do Caldeirão. Os irmãos ouviam de seus pais, que vieram do Rio Grande do Norte para o Cariri, as lembranças de quando viviam na comunidade e do Beato José Lourenço, líder e fundador da associação.




ONG BEATO JOSÉ LOURENÇO
“Minha mãe, remanescente do Caldeirão, trazia a saudade da fartura lá existente, fruto do trabalho comunitário, da disciplina e da oração. Tudo que dizia respeito ao Caldeirão, para ela, era bom e defendia o nome do Beato”, afirma Maria José. Hoje a ONG Beato José Lourenço passa essas histórias a estudantes e à comunidade caririense em geral, que pode agendar visitas ao acervo ou receber palestras dos fundadores do projeto em escolas e instituições de ensino, gratuitamente.
A ONG recebe apoio financeiro apenas quando se prepara para realizar a missa em homenagem à comunidade, realizada tradicionalmente no mês de fevereiro, e é mantida durante todo o ano pelos próprios fundadores. Para agendar visita ao acervo da ONG Beato José Lourenço, ou solicitar visita dos fundadores a escolas e instituições de ensino, basta entrar em contato pelo telefone (88) 9909-4054.
Maiores informações podem ser encontradas no blog, com endereço em beatojoselourencoblogspot.blogspot.com.br
CALDEIRÃO
FOTO: Dario Lopes
Sobre o Caldeirão O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto foi um movimento que surgiu no território de Crato- CE. A comunidade era liderada pelo paraibano José Lourenço Gomes da Silva, mais conhecido por beato José Lourenço. No Caldeirão, romeiros e imigrantes trabalhavam em favor da comunidade e recebiam uma quota da produção. José Lourenço trabalhava com sua família em latifúndios no sertão da Paraíba, quando resolveu migrar para o Cariri, conhecendo Padre Cícero e fazendo alianças.
José Lourenço tornou-se líder daquele povoado. Mesmo analfabeto, ele dividia as tarefas e ensinava agricultura e medicina popular para os demais moradores. Em 1937, sem a proteção de Padre Cícero, que falecera em 1934, a fazenda foi invadida, destruída, e os sertanejos divididos. Mesmo tendo ressurgido pela mata, em uma nova comunidade, o Caldeirão foi invadido novamente, dessa vez por terra e pelo ar, pelo Exército brasileiro e Polícia Militar do Ceará, quando aconteceu o massacre com cerca de 400 mortes.
SERVIÇO 
ONG Beato José Lourenço 
Telefone: (88) 9909-4054
Assessoria de Comunicação da ONG

Um comentário:

  1. Excelente! Essa história sempre permeou minha imaginação, desde que tive contato pela primeira vez. Fica sempre essa curiosidade de conhecer o sítio, e agora também a Ong, que soube por essa postagem. Da próxima vez que for ao Cariri (Barbalha/Caririzinho) vou tentar realizar isto. Parabéns pela postagem

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