3 de maio de 2015

São raros os exemplos de boa acolhida aos ciclistas

Paraciclos e acolhida ao cliente ciclista ainda são exceções em Fortaleza. Bitelli Bike oferece espaço de convivência, oficina compartilhada e paraciclos (Foto: Rodrigo Carvalho)
Nas ruas de Fortaleza, mais gente vai descobrindo a praticidade, o prazer e a relação com a Cidade que a bicicleta pode oferecer. No entanto, os comércios e órgãos públicos ainda estão longe de acolher os ciclistas de forma adequada e de perceber o potencial de acompanhar a tendência que se consolida mundo afora.

Assim, quem sai de bicicleta precisa encarar a falta de local para estacionar, além do desrespeito que persiste na relação com os demais elementos do trânsito. No caminho, muitos postes, placas de sinalização e grades de proteção servem para prender a bicicleta durante o expediente, uma compra, o pagamento de uma conta ou um lanche.

Os comércios da Capital ainda não percebem a instalação de paraciclos (suportes para estacionar bicicletas) como uma forma de atrair quem usa esse modal de transporte. Os paraciclos, quando bem instalados e sinalizados, organizam o fluxo, deixando espaço para os pedestres e dialogando com o mobiliário urbano. E, mesmo quando tais equipamentos existem, falta estrutura adequada e segurança. Há uma lacuna de cuidado e conhecimento sobre as necessidades dos ciclistas.

Em São Paulo, uma empresa especializada em estacionamento de bicicletas acompanha o crescimento do interesse e da percepção de que a atenção ao assunto pode render benefícios a todos. Eduardo Grigoletto, sócio fundador da Ciclomídia, ressalta que oferecer estacionamento é uma forma de respeitar e incentivar os ciclistas. Um dos clientes da empresa em São Paulo, por exemplo, aumentou o faturamento em 15% aos domingos – quando passa uma ciclofaixa de lazer em frente - após a implantação de um paraciclo.

Na Bitelli Bike, aberta há um mês no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, a proposta de espaço de convivência, conserto e venda de bicicletas, lanches e bebidas possibilita uma acolhida maior aos clientes. Quem chega pode estacionar a bicicleta nos paraciclos em frente ao local e até aprender noções de mecânica básica para os momentos de perrengue. “Muitos estabelecimentos não veem o ciclista como um cliente”, ressalta Mara Oliveira, sócia do local, indicando o foco da empresa no ciclista urbano.

O café Amika já é considerado “amigo da bike” mesmo antes de ter uma ciclofaixa na rua em que está localizado, no bairro Varjota. Com paraciclo e desconto em certos produtos, o local é exceção em uma área cheia de restaurantes. A pizzaria Vignoli, com quatro restaurantes em Fortaleza, também oferece paraciclos e descontos em determinados dias para clientes que forem de bicicleta. Já o restaurante Santa Grelha implantou um paraciclo para atender uma demanda ainda tímida de clientes, que surge especialmente nos finais de semana.

Assim, os que percebem esse potencial de convivência, respeitam os ciclistas e oferecem espaço adequado tendem a estar atualizados com as demandas e, por isso, na dianteira desta relação que tende a se intensificar e que veio para ficar.

Com informações O Povo Online

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