3 de dezembro de 2015

O efeito Temer no processo de impedimento de Dilma

O silêncio do vice-presidente Michel Temer, principal liderança do PMDB, após o anúncio de que acunha aceitou o processo de impedimento da presidente Dilma ontem (02/12) pode dar vazão a várias interpretações tanto do lado do governo quanto do lado da oposição.

No caso de afastamento de Dilma, Temer assumiria o comando do País. Para o PMDB, esse seria o cenário ideal. 

À medida que o enfraquecimento do governo do PT se intensificou no Congresso Nacional, desde o início do ano, o principal partido de sustentação do Executivo foi mudando o tom do discurso e incorporando temas ligados às manifestações nacionais.

O PMDB também foi o responsável por alimentar diversas derrotas de Dilma na Câmara. Nos últimos meses, o discurso da legenda tem sido cada vez mais enfático na defesa de candidatura própria para as eleições de 2018.

A tropa partidária de Temer na sigla pode ser considerada, neste momento, a grande incógnita para o PT. Se abraça o governo (leia-se Dilma e PT) ou se se rebela rumo a um possível governo peemedebista.

Os votos do partido serão disputados um a um nas próximas semanas, ou meses, o tempo que levar a tramitação do processo de impeachment. Aliados governistas já fazem as contas e garantem em tom de “tranquilidade” que a Casa não abrirá impedimento contra a petista por ter maioria. A única certeza no Planalto é que a presidente não terá os votos do PMDB de Cunha.

O cientista político Flávio Britto, da Universidade de Brasília (UnB), acredita que o partido na Câmara dos Deputados deverá acompanhar a decisão de Eduardo Cunha e votar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma. “Temer está preparado para assumir, ele já deu declarações, já tem conversado com alguns membros do Congresso Nacional nesse sentido”, prevê.

De acordo com o pesquisador, o momento de agravamento da crise para o governo se dá pelo fato de Dilma “perder a legitimidade” dia após dia. “Ela está envolta de um mar de lama e isso faz do País um caos”, argumenta.

A cientista política da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mirtes Amorim, também acredita que o PMDB acabe optando pelo apoio ao processo de impeachment da presidente.

“É uma dúvida exatamente porque o PMDB é um partido dividido e oportunista. É possível, no entanto, que a legenda vote pelo impedimento de Dilma pela chance de chegar ao poder”, avalia. Segundo a pesquisadora, essa seria a oportunidade mais direta de o partido ocupar o poder.

Com informações O Povo Online

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