16 de março de 2023

Os legados positivos do enfrentamento à Covid-19 no Ceará

O Hospital Leonardo da Vinci é referência para o tratamento da doença (Foto: Barbara Moira)

Em 15 de março de 2020, um domingo, a Secretaria da Saúde (Sesa) confirmou os três primeiros casos de Covid-19 no Ceará. Nos últimos três anos, o mundo se viu diante de um vírus respiratório novo e capaz de provocar quadros clínicos com danos além do sistema respiratório.

A sociedade lidou com fechamentos de fronteiras e diferentes níveis de restrição, passou a entender termos técnicos e foi desafiada pelo fortalecimento de discursos negacionistas — advindos inclusive de governantes. Ao mesmo tempo, sociedade, Ciência e governos convergiram em velocidade recorde para avanços que se tornam legados positivos do enfrentamento à Covid-19.

“Um legado indiscutível é a ampliação da capacidade instalada dos serviços no Ceará. Ocorreu a aquisição de equipamentos extremamente importantes, abertura de leitos, abertura de UTIs no Interior…”, avalia Antônio Rodrigues Pereira Júnior, professor e vice-coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará (Uece). “O sistema da saúde pública, inclusive na parte tecnológica de equipamentos, está mais preparado.”

Conforme a Sesa, o Governo estadual investiu mais de R$ 2,14 bilhões em recursos aplicados no combate ao coronavírus. O Estado implantou Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em cerca de 20 municípios. O Ceará ganhou ainda 611 leitos hospitalares, entre UTI e enfermaria — um aumento de 15%.

Rodrigues aponta que outro “legado importantíssimo" foi uma maior visibilidade do potencial do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O SUS passou a ser discutido na mesa do jantar da família e efetivamente como um sistema que precisa ser defendido como público, gratuito e universal de qualidade o que antes, muitas vezes, não víamos”, diz. “Num momento em que o sistema esteve muito exigido e que muitas vezes a parte do sistema privado não conseguiu dar conta, a população se viu sendo cuidada e acompanhada nos mais vários níveis de atenção pelo SUS.”

A ampliação do diálogo entre os entes federativos também é destacada pelo especialista. “Por um não-diálogo tão claro e direto com o Ministério da Saúde, o Governo do Estado tomou para si o protagonismo das ações em conjunto com os municípios. Em vez de cada município ficar pensando isoladamente como contornar situações complexas, pensavam em conjunto. Isso ajuda no planejamento inclusive de médio e longo prazo”, analisa.

“Não menos importante, os profissionais precisaram adequar suas práticas a partir de conhecimentos científicos. Esses conhecimentos também vão ajudar para que os profissionais, em outras situações, inclusive de novas pandemias que poderão acontecer, estejam melhor preparados para lidar com situações complexas”, completa Rodrigues.

Com informações portal O Povo Online

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