11 de março de 2023

Tasso critica reforma administrativa de Elmano e diz que Assembleia está "cooptada"

Tasso participou de almoço nesta sexta-feira com jovens empresários de Fortaleza (Foto: João Filho Tavares)

O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) criticou duramente o governador Elmano de Freitas (PT), a quem acusou de distribuir cargos para desmontar a oposição. Em almoço com jovens empresários nesta sexta-feira, 10, o tucano comentou sobre o aumento de pastas proposto por Elmano e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em nível federal.

“O governador criou mais 14 secretarias. Estamos vendo a política voltando a ser feita assim. A oposição não existe mais aqui no Ceará, é cooptada dessa maneira, dando uma secretaria, um cargo, como se fez também no Brasil e como Lula está querendo fazer”, disse o tucano.

Tasso avaliou que os critérios para a escolha do primeiro escalão do chefe do Executivo estadual são “absolutamente políticos” e que não há projeto de governo, apenas um projeto “político-eleitoral e cada vez mais nesse sentido fisiológico e clientelista”.

“Algumas coisas que nem os coronéis faziam”, continuou Tasso, “estão sendo feitas agora, isso de uma maneira explícita, sem nem disfarçar, como criar secretarias apenas para dar empregos ou cargos políticos”.

O ex-senador e ex-governador também teceu críticas a aliados de Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Ele declarou que a Casa “está cooptada” e que “todo mundo está acomodado achando que isso não tem consequências”.

Tasso avaliou que tem sido uma prática recorrente de gestões do Executivo estadual "acabar com a oposição". Em sua visão, isso impede que haja discussão de temas polêmicos e "dá uma anestesia geral" na população.

"Tem sido quase uma prática comum de acabar com a oposição. Não tem oposição. Se você é de outro partido, se você não votou comigo, estamos encerrando. Isso é ruim. É bom ter oposição. Se é uma oposição positiva, é bom até para discutir temas polêmicos, mas, na medida que há sistematização da cooptação, acaba a oposição e dá uma anestesia geral na sociedade", disse.

O dirigente do PSDB no Ceará se referiu ainda ao ex-governador e, agora ministro da Educação Camilo Santana (PT), sobre quem disse nunca ter apoiado, mas que respeitava suas gestões à frente do Executivo. “Não apoiei Camilo nem Cid na segunda gestão. Agora o que estou vendo é uma coisa diferente. O Camilo não era o PT de raiz. Esse governador (Elmano), pelo início do governo dele, é um governo tipicamente petista de raiz”, apontou.

Sobre uma avaliação das políticas econômicas do Estado, o ex-senador reforçou que "ainda é muito cedo para ter uma opinião". "Mas, aqui no Ceará, a gente tem que, na questão econômica, matar um leão por dia, não é fácil."

Ele diz não ver uma movimentação do governo Elmano focada em atração de empresas e em investimentos. O tucano afirma ter escutado críticas do empresariado sobre o pacote econômico enviado para a Alece, e posteriormente aprovado. Tasso considerou "como preocupante" a possibilidade  de quebras de contratos "essenciais" para investimentos do setor privado.

"Tem um programa sobre energias renováveis, que vem do governo Camilo, por exemplo, que nós temos realmente um potencial muito grande, mas também não vi uma sinalização de que ele (Elmano) vai dar a mesma ênfase no seu governo", destacou.

Com informações portal O Povo Online

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