18 de abril de 2017

Cai a severidade da seca no Ceará

A seca do Ceará tem perdido força desde o início da quadra chuvosa deste ano, em fevereiro. É o que indica o acompanhamento da Agência Nacional das Águas (ANA), por meio do Monitor de Secas do Nordeste. Nos últimos três meses, o Estado conseguiu reduzir o índice de severidade da estiagem, saindo do mais crítico e avançado patamar da escala — o de “seca excepcional” — para níveis mais brandos, como o de “seca fraca” e “grave”. A tendência de melhora, no entanto, preocupa com a diminuição das chuvas registrada neste mês.

Em janeiro, antes do início do período chuvoso, o Ceará tinha 63,6% do território considerado em “seca excepcional”. O nível é caracterizada pela perda generalizada de pasto e o surgimento de situações de emergência em razão da escassez de água. Foi a situação mais dramática observada no Estado desde dezembro de 2015.

No último levantamento, referente a março, o Estado conseguiu alcançar uma condição mais favorável. Já não existem regiões do Ceará em seca considerada excepcional. A maior parte do território cearense (46,06%) está em seca fraca, seguida da condição grave (35,76%). Nesses níveis, ainda são observados problemas como a falta de recursos hídricos, mas os pastos apresentam melhora, assim como a agricultura.

O registro de chuvas acima da média a partir de fevereiro deste ano é a principal justificativa para essa evolução. É o que aponta o meteorologista David Ferran, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “A quadra chuvosa deste ano ainda nem terminou e já conseguiu superar todo o período do ano passado”, cita.

Em 2016, o acumulado de chuvas entre o período de maiores precipitações — fevereiro a maio — ficou com 327,4 milímetros (mm). Este ano, as chuvas já somam 450,2 mm de fevereiro até ontem, faltando cerca de um mês e duas semanas para o fim da quadra chuvosa.

A tendência de chuvas acima da média, contudo, pode ser interrompida neste mês. A esta altura, já com mais de duas semanas, abril ainda não conseguiu alcançar a metade da média histórica para o mês. As chuvas acumuladas até aqui foram de 90,6 mm. O normal observado para todo o mês abril é de 188,0 mm.

O volume de precipitações pode influenciar na redução da severidade da seca no Estado. “Essa melhora vai depender das chuvas registradas daqui pra frente. Se chover bastante, bem acima da média, pode ser que algumas regiões reduzam a severidade da seca”, considera Ferran.

De acordo com o meteorologista, não é possível dizer se abril deve alcançar a média histórica. Isso porque a Funceme só oferece prognóstico para meses separadamente.

O Monitor de Secas é um mecanismo do Governo Federal de controle e acompanhamento da evolução da estiagem no Nordeste. As informações são atualizadas mensalmente.
Em toda a região Nordeste, houve uma melhora na severidade da seca na porção mais ao norte. Em janeiro, quase toda a região estava em condição de seca extrema ou excepcional. Em março, apenas parte do estado do Maranhão estava sem estiagem.

No Ceará, 18 dos 184 municípios continuam em situação de contingência, de acordo com a Cagece. Nesses locais, há ações como rodízio de abastecimento e uso de carros-pipa. Os municípios são: Apuiarés, Araripe, Baixio, Boa Viagem, Campos Sales, Catarina, Deputado Irapuan Pinheiro, Granjeiro, Ipaumirim, Iracema, Mombaça, Mulungu, Pedra Branca, Pereiro, Piquet Carneiro, Potiretama, Salitre e Umari.

Com informações O Povo Online

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