5 de fevereiro de 2019

DEM tem poder que só o velho PMDB alcançou

Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na inauguração da 56ª Legislatura do Congresso Nacional  (Foto: Jane de Araújo)
Na esfera institucional, o mais visível efeito da mudança política ocorrida nas últimas eleições é o fortalecimento do DEM. Desde a redemocratização, apenas um partido conseguiu a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado: o velho PMDB, ex e atual MDB. Agora, o ex-PFL alcança essa posição. Porém, os peemedebistas, sempre que comandaram as duas casas, tiveram maioria em pelo menos uma delas. O DEM, em nenhuma.

Não apenas isso. O DEM também comanda a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PSL), com Onyx Lorenzoni. Toda a articulação política da República passa pelo partido, mas de 

De onde vem a força da sigla

Isso é particularmente curioso porque o DEM não estava na aliança que elegeu Bolsonaro. Houve apoiadores pontuais, como Onyx, mas, a legenda estava era na coligação de Geraldo Alckmin (PSDB). Tampouco o partido foi um grande vitorioso nas urnas. Oito partidos elegeram mais deputados federais que a sigla.

O DEM avança pelas beiradas, numa engenharia política matreira. Rodrigo Maia (DEM-RJ) era visto com desconfiança pelo núcleo bolsonarista. Mas, costurou apoios, deu sinalizações e se mostrou a alternativa menos trabalhosa para o governo.O apoio do PSL a ele selou a reeleição. Já Davi Alcolumbre (AP) era azarão até instantes antes de ser eleito, em sessões repletas de reviravoltas. Sua eleição foi uma vitória de Onyx, que sai fortalecido.

O DEM avança, sobretudo, porque Bolsonaro e seu círculo acreditam que podem tirar proveito da legenda. O partido acredita na mesma coisa em relação ao governo.

A velha força da nova política

O partido mais poderoso desse novo momento da política brasileira. O DEM é o nome atual do antigo PFL. A mudança ocorreu em 2007. O PFL, por sua vez, foi uma dissidência dentro do velho PDS, partido herdeiro da Arena, a legenda oficial da ditadura militar. O PFL foi criado pelo grupo de integrantes do PDS que apoiaram Tancredo Neves contra Paulo Maluf, na eleição realizada no colégio eleitoral em janeiro de 1985.

Nos últimos 20 anos, a legenda vinha em franca decadência. Em, 1998, o PFL elegeu 105 deputados federais e fez a maior bancada da Câmara. Em 2002, caiu para 84. Em 2006, sua última eleição como PFL, elegeu 65. Foi aceso o alerta e veio a mudança de nomenclatura. Em 2010, o DEM estreou elegendo 43 parlamentares. Em 2014, caiu a menos da metade: 21. Foi o fundo do poço. Em 2018, discreta melhora: 29 deputados.

Os resultados eleitorais até quatro meses atrás não indicavam que o DEM se tornaria a mais influente força política em tempos de Bolsonaro.

O controle das duas casas

Se é inédito para qualquer outro dos atuais partidos, o controle das duas casas do Congresso Nacional já foi realidade para o velho PMDB em não menos que sete ocasiões. Na última delas, entre 2015 e 2016, Eduardo Cunha presidiu a Câmara e Renan Calheiros, o Senado. Antes, de 2013 a 2015, Henrique Eduardo Alves comandou a Câmara e o mesmo Renan, o Senado. Entre 2009 e 2011, Michel Temer foi presidente da Câmara e José Sarney, do Senado.

Antes disso, é preciso voltar bastante no tempo para encontrar caso de um partido com controle das duas casas. De 1991 a 1993, estavam nos cargos Ibsen Pinheiro (Câmara) e Mauro Benevides (Senado). De 1989 a 1991, Paes de Andrade (Câmara) e Nelson Carneiro (Senado). De 1987 a 1989, Ulysses Guimarães (Câmara) e Humberto Lucena estavam nas funções. E, de 1985 a 1987, o mesmo Ulysses (Câmara) e José Fragelli.

Com informações portal O Povo Online

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