3 de abril de 2023

Camilo mantém em coordenação do ensino médio nome ligado à gestão Bolsonaro

A nomeação de Fernando Wirthmann gerou críticas nas redes sociais por atores ligados à educação (Foto: Reprodução/Linkedin)

Portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC), chefiado por Camilo Santana (PT), decidiu manter Fernando Wirthmann Ferreira na Coordenação-Geral de Ensino Médio, da Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, da Secretaria de Educação Básica do MEC. Wirthmann já teve cargos de confiança nas gestões Temer e Bolsonaro.

A nomeação de profissional ligado ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou críticas nas redes sociais por atores ligados à educação. A recondução ocorre no momento em que crescem as pressões pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), modelo criado por lei de 2017, no governo Temer. Camilo já declarou que "revogar não é o caminho", mas abriu diálogo com a sociedade para repensar o modelo e fazer ajustes necessários.

Um dos críticos à nomeação foi o cientista político e educador Daniel Cara, que participou da transição de governo petista. "É possível encontrar explicações para tudo, mas nada justifica a nomeação no governo Lula de alguém que teve cargo de confiança nos governos Temer e Bolsonaro. Ainda mais na Educação - pior ainda no ensino médio. E as explicações continuam sendo implausíveis", escreveu Cara em uma rede social.

A manutenção de Fernando Wirthmann no cargo pode aumentar o desgaste com movimentos ligados à área da educação, principalmente estudantes e sindicalistas, já insatisfeitos com a manutenção do NEM. Há duas semanas, organizações estudantis fizeram um ato em São Paulo pedindo a revogação do Novo Ensino Médio. A lei de 2017 estabeleceu um novo currículo que passou a ser implementado obrigatoriamente em 2022.

Do carro de som foram chamadas palavras de ordem, pedindo a revogação do novo currículo que reduz a obrigatoriedade de algumas disciplinas e cria itinerários, que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse. Entre as opções, está a ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou no ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas.

Com faixas e cartazes, os estudantes criticaram as mudanças, que veem como um esvaziamento do ensino que, entre outros problemas, os deixariam menos preparados para ingressar nas universidades.

Na última sexta-feira, 31, o ministro da Educação Camilo Santana descartou a possibilidade de revogação do Novo Ensino Médio. "Este é um debate que nós não podemos mais errar. Então, simplesmente revogar e voltar ao passado, eu não vejo que é o caminho. Nós temos que construir e fazer mudanças, adaptar as realidades, mas com diálogo nas condições reais dos estados executá-las, implementá-las", afirmou Santana durante palestra no Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide).

O ministro pontuou que há necessidade em discutir a reforma com os gestores estaduais, tendo em vista que muitos estados não dispõem de recursos necessários para a realização dos novos itinerários.

Com informações portal O Povo Online

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